sexta-feira, 4 de março de 2011

O fariseu

“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano”. (v. 11)

O fariseu quebra e transgride todos os mandamentos, pois nega a Deus e também não presta serviço algum ao próximo. Com isso, ele se arruinou, porque não cumpriu um ponto sequer da lei. Se ele tivesse dito: “Ó Deus, nós todos somos pecadores: aquele pobre pecador, eu também, a exemplo de outros”, e se tivesse incluído na comunidade e dito: “Ó Deus, tem misericórdia de nós!”, então teria cumprido o primeiro mandamento de Deus, uma vez que teria dado honra e louvor a Deus. E se, depois, tivesse dito: “Ó Deus, vejo que aquele ali é um pecador, presa de Satanás’ajuda-o, bondoso Senhor!”, e o tivesse carregado nas costas e trazido diante de Deus, intercedendo por ele, teria cumprido também cumprido o outro mandamento, o do amor cristão, como Paulo diz e ensina (Gálatas 6.2): “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo”.

Mas acontece que ele chega e louva a si mesmo, diz-se justo, e todo sim-senhor, gaba-se de suas supostas boas obras, como jejuar e dar o dízimo de tudo o que ganha. Ao mesmo tempo, está cheio de ódio ao próximo que, se Deus lhe desse ser juiz, empurraria o pobre publicano ao mais profundo dos infernos. Vejam: Não é terrível ouvir isso e não se mostrar aí um coração perverso, querer que todos os homens sejam condenados apenas para que eu seja louvado?

E isso nos é apresentado para que não imitemos o exemplo do fariseu.

Martinho Lutero(1453-1546), doutor em teologia




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