segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Falsas Interpretações do livro de Apocalipse – Parte 1


A Bíblia é uma unidade; e não pode haver contradição – ela se interpreta a si mesma. Passagens mais difíceis devem ser entendidas à luz de passagens mais claras. Especialmente, ao se tratar de Livros proféticos, deve-se tomar muito cuidado, pois usam uma linguagem figurada, chia de símbolo

Interpretação linear:

Muitos acham que o livro de Apocalipse se segue uma linha cronológica, que cada acontecimento representa uma época. Se assim fosse, teríamos cinco fins do mundo, três juízos finais, três grupos de salvos, três babilônias, três armagedons e três novos céus e nova terra

O que assim pensam desconhecem algumas características da profecia, que são repetir o mesmo assunto sob outro ângulo ( recapitulação), usar imagens fortes para impressionar a mente (dramatização) e usar, como pano de fundo, um acontecimento para falar de outro que com ele se assemelha (background)

Marca da besta:

Muitos acham que é um número literal, que um dia muitos vão aparecer com uma marca na testa, e quem não tiver não poder[a comprar, nem vender

Quem acha que essa marca é literal deve também acreditar que o selo de Deus na testa é também uma coisa literal, visível aos olhos humanos (Ap 9.4)

O número 666 é simbólico, representa a absoluta imperfeição. É sete menos um. Como sete é o número da perfeição, do eleito de Deus (4+3), seis é o número da imperfeição. É alguém que não conseguiu chegar a sete, por faltar-lhe Cristo no coração. O selo de Deus é o Espírito Santo que a pessoa recebe no momento da fé ( Efésios 1.13,14; 4.30; 2 Coríntios 1.22; Apocalipse 9.4)

As duas testemunhas

Muitos acham que Moisés e Elias vão voltar a terra para pregar o Evangelho o que pressupõe que eles vão passar pela morte uma segunda vez e que os mortos vão pregar o Evangelho, o que contraria aquilo que Cristo diz em Hebreus 9.27; Lucas 16.31; Romanos 10.17. Eles cometem o mesmo erro dos judeus, que esperavam a vinda de Elias novamente em carne; e Jesus lhes mostra o erro, dizendo-lhes que Elias já tinha vindo e estava entre eles (Mateus 7. 10-13)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Religião da morte


4° Domingo após a Epifania

Leia: Deuteronômio 18. 15-20

Do meio de vocês Deus escolherá para vocês um profera que será parecido comigo, e vocês vão lhe obedecer. (v. 15)


No final de 2009, uma criança de dois anos pasou por várias cirurgias para retirar agilhas do seu corpinho. Uma delas chegou a perfurar o coração. As agulhas foram colocadas num ritual de magia negra, uma espécie de culto religioso. Depois dizem que todas as religiões são boas e levam a Deus e à salvação...9-

Por meio de Moisés, o Senhor instruiu seu povo contra práticas semelhantes a este ritual que feriu o menino do Maranhão. Ele proibiu seu filhos, por exemplo, de usar crianças nos rituais religiosos, como faziam os povos da terra que eles estavam em vias de ocupar (Deuteronômio 18.9-14)

Porém, visando à fé que liberta e produz abundância de vida, o Senhor compromete-se a dar-lhes profetas que ensinassem a verdade. Quem estudar o Antigo Testamento conhecerá profetas escolhidos por Deus para orientar o povo para a vida. Além disso, o Pai assumiu um compromisso ainda maior: vir, ele mesmo, ao mundo, para o bem de todos. E isso, de fato aconteceu: Deus manifestou-se em Jesus e promoveu vida. Quem estudar o Novo Testamento conhecerá a luta de Jesus contra a cultura e os costumes que ameçavam a vida

Que ainda não conhece Cristo corre o risco de "viver morto" ou promover a morte, como aconteceu no cado do menino das agulhas. Por isso, conhecê-lo cada vez mais é questão de vida ou morte, no mais amplo sentido.

Promova a vida, para você e para outras pessoas: conheça mais, siga e creia no Senhor Jesus!




Mensagem extraída do devocionário luterano "Castelo Forte", autoria de Aldemis Cunha




sábado, 29 de janeiro de 2011

Pecadores de fato


Leia: Eclesiastes 7.15-22

“Tudo isso eu vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça”. (v. 15)

Não basta dizer-se pecador da boca para fora. Nada é mais fácil do que isso, especialmente quando a consciência está em paz e as tentações não incomodam. Por isso, no momento em que você se confessa pecador, precisa também reconhecer-se como tal em seu íntimo e viver de forma que condiga com essa confissão. Por isso, é realmente difícil encontrar alguém que acredita que é pecador. Pois como pode confessar-se pecador aquele que não suporta uma palavra dirigida conta seus planos e modos de vida, mas logo se esquenta e jura que é sincero e faz o bem, e que resistir-lhe é injusto e rejeitá-lo, incorreto? Tão logo, porém, tiver que tolerar isso ou aquilo, fica fora de si e incomoda todo mundo com a sua queixa de que somente ele tem que suportar a injustiça de todo lado. Aqui temos, então, um hipócrita, pois confessou-se pecador, mão não está disposto a fazer ou assumir o que cabe a um pecador, senão apenas aquilo que toca a justo e santo.

Como pode o homem tornar-se pecador no sentido espiritual? Não de forma natural, pois assim jamais poderá tornar-se pecador, visto que já o é. Todo o peso dessa mudança reside nos recônditos ocultos da mente, ou seja, no conceito e opinião que temos de nós mesmos. Operar essa mudança na mentalidade, eis a intenção de cada palavra da Escritura e em todo o agir de Deus.


Martinho Lutero(1453-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A confiança no coração


“Eu sou o Senhor teu Deus”. (v. 2)

Isto é: Você deve considerar somente a mim como Deus. Qual o significado disso e como se deve entendê-lo? Que significa ter um Deus, ou, o que é Deus? Resposta: Deus é aquilo de que a gente deve esperar todo bem e em que nos devemos refugiar em todas as necessidades. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de coração. É como tenho dito repetidas vezes: Apenas confiar e crer do coração faz tanto Deus como o ídolo. Se a fé e a confiança forem verdadeiras, também o seu Deus será verdadeiro. Por outro lado, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não se tem o Deus verdadeiro. Pois estes dois, fé e Deus, não podem ser separados. Pois aquilo a que você se apega e naquilo em que seu coração confia, isso, digo, é propriamente seu Deus.

Por isso, o sentido desse mandamento é exigir fé verdadeira e confiança de coração, que se dirigem ao verdadeiro e único Deus e se apegam unicamente a ele. É como se Deus dissesse: Tome cuidado no sentido de apenas eu ser o seu Deus e não procure nenhum outro. Isto significa: Se lhe falta alguma coisa, espere-a de mim e procure-a junto a mim; se está sofrendo desgraça e aflição, venha para junto de mim e apegue-se a mim. Eu, eu quero dar-lhe o suficiente e livrá-lo de todo aperto, desde que seu coração não se apegue a nenhum outro, nem descanse em outro qualquer.

Martinho Lutero
(1453-1546)
Doutor em Teologia
Fonte: Comissão Interluterana de Literatura


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Reflexões no congestionamento


O nosso jeito de viver não tem mais sentido – se é que um dia teve. É só parar um pouco e descobrir que estamos andando em círculo, isto é, a lugar nenhum. Se bem que parar é o que mais se faz. Um estudo diz que os congestionamentos atingem 1/3 da população brasileira, e desse total, 20% ficam presas no trânsito mais de uma vez por dia. O mais absurdo é que se paga muito caro para esta prisão de quatro rodas. Pelas contas, o transporte hoje tem os mesmos custos da alimentação, ou seja, 20% de nossa renda. Não é uma loucura? Construímos veículos sofisticados que consomem boa parte de nosso salário, para depois nos deixarem presos e estressados no asfalto?

E se descobrimos que as ruas não mais suportam tantos carros, o que dizer do congestionamento populacional? Os demógrafos dizem que no dia 31 de outubro de 2012 vai nascer o “bebê número 7 bilhões”. Tem espaço para tanta gente? Os cientistas calculam que há comida suficiente no mundo para nos alimentar até em 2050, quando a população do planeta será de 9 bilhões – mas isto ainda depende do uso adequado dos recursos naturais.

Mas este é nosso drama, estamos acabando com os recursos do planeta – esta “nave espacial” com combustível, água, alimento e condições de sobrevivência que estão se esgotando na prateleira. E com isto chegamos a conclusão do autor de Eclesiastes (2.1-11). Ele buscou cegamente o prazer da bebida, do consumismo, da riqueza, da promiscuidade, do individualismo, mas no final descobriu que era tudo ilusão. Hoje vivemos no topo do consumismo tecnológico, mas descobrindo que, além de ilusão, tudo retorna em lixo tóxico e destrutivo.

Quando a Bíblia diz que “por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo” (Colossenses 1.20), tal promessa de um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 21.1) não elimina a responsabilidade humana e, sobretudo cristã, de cuidar do Jardim (Gênesis 2.15). Creio que podemos aproveitar este tempo quando ficamos presos nos congestionamentos, e refletir neste jeito louco de viver. Não vamos individualmente resolver os graves problemas do planeta, mas não precisamos cooperar na degradação dele.


Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cristo vive em mim - Parte 2


A conexão de Jesus com você produz vida e frutos

O grande estudioso da Bíblia, George Stoeckhardt, diz que, por natureza, não estamos conectados a Jesus, a Videira. Ele explica ainda que nós. Como galhos, somos enxertados em Jesus, a Videira Vivificadora, através do milagre divino do Batismo. Isto é o que Jesus diz: “ Eu sou a videira verdadeira, e o meu pai é o lavrador.Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim, Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda. Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado. Continuem unidos comigos, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficaram unidos comigo. Eu sou a videria, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada (João 15.1,4,5)

Conforme indica a ilustração, você é um ramo vivo na Videira Viva quando é um membro batizado e ativo do corpo de Cristo, a Igreja. Diz o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 10.15-17: “ Eu falo com vocês como com pessoas que têm capacidade para entender o que estou afirmando...Pensem no cálice pelo qual damos graças a Deus na Ceia do Senhor: Será que, quando bebemos desse cálice, não estamos tomando parte no sangue de Cristo? E, quando partimos e comemos o pão, não estamos tomando parte no corpo de Cristo? Mesmo sendo muitos, todos comemos do mesmo pão, que é um só; e por isso somos um só corpo” Quando você está conectado, Jesus verdadeiramente vive em você!

Não se solte da videira

Em Hebreus 10.25, Deus adverte: “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns...”Por que ele diz isso? Deus diz isso porque ele conhece os perigos que você corre quando tenta viver longe do corpo de Cristo, que é a Igreja que Cristo estabeleceu.

Na Igreja, Cristo é a Videira através da qual sua Palavra e Sacramentos vivificadores fluem para os seus seguidores, os ramos. Portanto, preste atenção à advertência graciosa do seu Pai Celestial. Como ramo, não se solte da Videira “deixando de congregar-se!

Ramo, não se separe da Videira da Vida. Vá à igreja com alegria. Com a Palavra e os Sacramentos vivificadores, deixe que o poder nutritivo de Cristo flua para e através de você, assim como a seiva flui para os ramos. A partir da Videira, você tem vida enquanto Cristo vive em você. Deixe que a seiva vivificadora de Cristo flua para e através de você!

Estudo originalmente publicado na Revista Boas Novas, n°29, a versão aqui publicada fora adaptada para a Revista Mensageiro Luteiro, e lançada nesta em Junho de 2010

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cristo vive em mim – Parte 1


“Eu sou a videira e vocês são os ramos...Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os ramos secos que são juntados e jogados no fogo, onde são queimados”(João 15.5-6)

O Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Michigan realizou tempos atrás uma pesquisa em 60 países, perguntando às pessoas com que freqüência elas iam à igreja

Na Nigéria, 89% das pessoas entrevistadas disseram que iam à igreja regularmente; na Eslováquia, 47% dos entrevistados afirmam o mesmo, A proporção de pessoas que afirmavam ir à igreja com regularidade foi de 44% nos Estados Unidos, 38% no Canadá, 27% na Grã-Bretanha, 25% na Espanha, 10% na Ucrânia, 9% na China, 4% na Estônia e 2% na Rússia.

Ao publicar esses dados estatísticos, o porta-voz do Instituto ressaltou que muitos norte-americanos e canadenses dizem aos entrevistadores que vão à igreja, quando na verdade não fazem. Situações parecidas de dados estatísticos não confiáveis existem também em outros países

Uma das crenças mais populares de muitas pessoas ao redor do mundo, que afirmam ser cristãs ou seguidoras de Cristo, é que elas não precisam ir à igreja regularmente para estarem ligadas com Cristo. Elas crêem que Jesus está satisfeito com um relacionamento ocasional, ou até mesmo distante

Um relacionamento vivo com Jesus não é ocasional

Ter um relacionamento ocasional com Jesus pode parecer uma coisa boa; e esperar obter vida espiritual, força e encorajamento a partir dessa ligação ocasional pode, certamente, parecer uma ideia inovadora. Entretanto, esse tipo de conexão jamais poderá substituir a conexão viva que Jesus quer ter com você. Cristo quer estar conectado com você para poder viver dentro de você, com toda sua força vivificadora e seu poder que derrota o diabo. Em Efésios 1.18-23, lemos “Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosos as bênçãos que ele prometeu só seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele...Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e deu a Cristo à Igreja como o único Senhor de tudo. A Igreja é o corpo de Cristo; ela completa Cisto, o qual completa todas as coisas em todos os lugares”

Cristo vive em mim - Parte 2


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aos pobres é anunciado o evangelho



Leia: Mateus 11.2-6

“Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho”. (v. 5)

Devemos atentar com afinco para essa pregação de Cristo e seu reino, e que ela ressoe sempre em nosso meio – que Cristo tem um reino desses e é um tal Rei que quer ajudar à pobre gente em corpo e alma, quando é impossível que o mundo inteiro ajude com toda sua capacidade. Pois o mundo jamais produziu um médico tão competente que pudesse devolver a vista a um cego e purificar um leproso. Do mesmo modo, também jamais surgiu um pregador que pudesse pregar o evangelho aos pobres, ou seja, que pudesse consolar as consciências atribuladas, aflitas e angustiadas, apontando para si mesmo, e devolver alegria e bom ânimo aos corações apavorados, sufocados em melancolia e preocupação.

Esta é a alegria e boa mensagem: Por Cristo estão pagos os nossos pecados, e por seu sofrimento somos salvos da morte eterna. Seu reino e ministério é pregar o evangelho aos pobres; é esse seu objetivo. Pois aos grandes e elevadíssimos santos não pode achegar-se, a esses que não admitem serem pecadores e não necessitam do evangelho.


Martinho Lutero (1483-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

domingo, 23 de janeiro de 2011

Loucura


3° Domingo após Epifania


Leia: 1 Coríntios 1.10-18

De fato, a mensagem da morte de Cristo na Cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós que estamos sendo salvos, é o poder de Deus (v.18)

Li, recentemente, uma frase interessante “Talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe vence campeonatos!. Quem acompanha o mundo futebolístico sabe da importância da união. Os exemplos de times que perderam a taça para si próprios porque houve um racha no grupo são muitos.

O primeiro capítulo da Carta aos Coríntios, a gente gostaria de esconder. É vergonhoso! Uma loucura, tal qual a cena de dois jogadores do mesmo clube trocando socos e pontapés durante um jogo. Nele, o apóstolo Paulo relata que fora informado de divisões entre os crentes daquela Igreja, e exorta, em nome de Jesus, a que haja unidade

As divisões em Corinto eram de ordem pessoal e não teológica. Uns simpatizavam com um líder, outros, com outro. E cada um se vangloriava do seu, considerando-o melhor do que o da outra facção ( 1 Coríntios 3.21; 4.6). Não é ruim gostar de determinado pregador ou pastor. O problema é quando exaltamos fulano de tal e não nos permitimos aprender com mais ninguém

Pastores e líderes são chamados para pregar o Evangelho e não para criar grupos em torno de si; para falar da “morte de Cristo na cruz” e não para promover shows ou o culto de si próprio (v.18). O trabalho em equipe é mais importante do que o talento individual. Deveríamos aprender com o exemplo de Corinto e com a história do cristianismo. O principal é Cristo e a mensagem da cruz. O resto é loucura.

Senhor nosso Deus! Pedimos-te perdão pela vontade natural que existe em nosso coração, de sermos instrumentos de divisão. Ajuda-nos com o exemplo da tua Igreja e com a força do Espírito Santo a trabalharmos pela unidade na pregação do Evangelho. Em nome de Jesus. Amém


Mensagem extraída do devocionário luterano, "Castelo Forte" 2011. Autoria desta mensagem: Adelar Munieweg

sábado, 22 de janeiro de 2011

Louvor e Invocação


És grande, Senhor e infinitamente digno de ser louvado; grande é teu poder, e incomensurável tua sabedoria. E o homem, pequena parte de tua criação quer louvar-te, e precisamente o homem que, revestido de sua mortalidade, traz em si o testemunho do pecado e a prova de que resistes aos soberbos. Todavia, o homem, partícula de tua criação, deseja louvar-te.Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue?

Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo.

Que eu, Senhor, te procure invocando-te, e te invoque crendo em ti, pois me pregaram teu nome. invoca-te, Senhor, a fé que tu me deste, a fé que me inspiraste pela humanidade de Teu Filho e o ministério de teu pregador.


Capítulo 1, Livro Primeiro,da obra "As Confissões"

Santo Agostinho(354-430),

Teólogo e Filósofo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Nunca livres das tentações


Leia : Coríntios-I 10.7-13

Agora, uma vez que o próprio Deus denomina nossa vida “tentação”, e já que temos de ser afligidos no corpo, na honra e nos bens, bem como sofrer injustiça, devemos aguardar isso com alegria e recebê-lo com sabedoria, dizendo: Olha, isso são coisas da vida. Que posso fazer? É uma tentação, continua sendo uma tentação, e não será diferente. Que Deus me ajude para que ela não me abale e derrube.

Veja: em vista disso, ninguém consegue ficar fora de alcance da tentação. Agora, a gente, certamente, pode defender-se, buscar conselho em oração e invocar a ajuda de Deus. No livro dos anciãos conta-se a história de um jovem irmão que queria livrar-se de seus pensamentos. Disse-lhe, então, o ancião: Querido irmão, você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas, certamente, pode impedir que façam seu ninho em seus cabelos. – Assim, também nós, como diz Santo Agostinho, não podemos evitar os ataques e as tentações. Mas, pela oração e invocação da ajuda de Deus, podemos impedir que vençam.

Por que Deus permite que as pessoas sejam assim tentadas a pecar? Resposta: para que a pessoa aprenda a conhecer a si mesma e a Deus. Conhecer a si mesma, isto é, que nada pode senão pecar e fazer mal. Conhecer a Deus, isto é, que sua graça é mais poderosa que todas as criaturas. E assim aprenda a pessoa a desprezar a si mesma e a louvar e enaltecer a graça de Deus.


Martinho Lutero (1483-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O arco-íris


Gênesis 9. 1 -17

O arco-íris será o sinal da aliança que estou fazendo com o mundo(v. 13)

O primeiro arco-íris da história do qual se tem notícia apareceu depois do dilúvio. Quando Noé erigiu um altar diante dos escombros da enchente e ofereceu um sacrifício de gratidão, Deus decidiu que jamais outro dilúvio destruiria a terra. E, para selar essa decisão, colocou o arco-íris como sinal da sua aliança: “ Quando eu cobrir de nuvens o céu e aparecer o arco-íris, então me lembrarei da aliança que fiz...e assim não haverá outro dilúvio”(vv.14,15)

A aliança selada com o arco-íris da decisão de que não haveria mais dilúvio. Ela aponta para o cumprimento da promessa divina de salvar a humanidade, que é má e pecadora (Gênesis 9.21), através do Messias. Em verdade, a aliança que Deus firmou é um compromisso unilateral, que partiu dele, sem nenhuma condição ou contraprestação. O Senhor obriga a si próprio em virtude de uma promessa solene, feita a Noé, que envolve todos nós, muito bem registrado em João 3.16: “ Porque Deus amou o mundo tanto, que deu seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha vida eterna”

A terra continua “maldita”(Gênesis 3.17) por causa do homem. Por isso, os aguaceiros e os terremotos destroem construções e colhem vidas preciosas, assustando-nos e, consternados, erguermos as mãos para o céu pedindo compaixão

Que mais arco-íris apareçam para lembrar-nos de que a aliança que Deus fez conosco continua de pé e para induzir-nos a sermos mais gratos por tudo que ele fez por nós


Amado Pai celeste, nós clamamos por compaixão. Não nos trates conforme nossos pecados, mas segundo a tua aliança concretizada em Jesus. Só assim seremos salvos. Em nome de Jesus. Amém


Mensagem extraída do devocionário luterano "Castelo Forte"2011. Autoria: Edgar Lemke




A solidariedade eficaz


A palavra que mais se ouve nesta tragédia no Rio de Janeiro é solidariedade. Vem de sólido, chão firme, base que oferece apoio. Tem a mesma raiz etimológica de consolo. No entanto, a solidariedade eficaz, o consolo que realmente ajuda é aquele que prepara, avisa, salva antes de acontecer. Não foi o caso na serra carioca. Poderia ser diferente se o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais, prometido agora pelo governo, já estivesse funcionando.

Interessante que na pior chuvarada que se tem notícia, aparece um homem chamado de “consolo” na língua hebraica. Noé – que nasceu para socorrer os flagelados na terra amaldiçoada (Gênesis 5.29) e sujeita às catástrofes e sofrimentos (Romanos 8.22). O famoso meteorologista bíblico alertou por 120 anos sobre o dilúvio, mas a maioria zombou dele. O próprio Jesus lembrou dele, ao afirmar que o Juízo Final “será como aquilo que aconteceu no tempo de Noé” (Mateus 24.37). Foi pensando também em temporal que Jesus disse que quem ouve e vive os ensinamentos dele é “como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes... porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha” (Mateus 7.24,25). Apenas uma comparação quando Jesus é chamado de “pedra de muito valor” que não deixará ninguém que crê desiludido (1 Pedro 2.6).

Cedo ou tarde passaremos por tragédias. Chuvas torrenciais, morros deslizando, vales devastados, são a coisa mais certa. Doenças, acidentes, mortes, sofrimentos dos mais diversos, ninguém escapa. Diante disto, a pergunta: temos um plano de emergência, uma “defesa civil”? Temos um consolo que ajuda? Uma cena que me chamou atenção nesta tragédia carioca foi o testemunho de um pai, resgatado junto com o seu filho de dois anos. A esposa e a sogra morreram. Enquanto era entrevistado pelo repórter do Fantástico, ao seu lado aparecia uma Bíblia aberta. Sem dúvida, junto com todo o consolo material e psicológico, só mesmo a solidariedade de um Deus que deu a sua palavra, a sua solidariedade. Por isto o pedido, e logo a resposta: “Olho para os montes e pergunto: De onde virá o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele está sempre alerta” (Salmo 121).


Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ore!


“À voz do teu clamor, ouvindo-a, o Senhor te responderá”. (v. 19)

Você precisa aprender a orar e não ficar aí sentado ou deitado no banco, sozinho, cabisbaixo, sacudindo a cabeça, deixando que os pensamentos o devorem, preocupando-se e procurando uma saída sem ver outra coisa senão sua triste e miserável situação. Vamos lá, anime-se! Ajoelhe-se, levante os olhos e as mãos para os céus, tome um salmo ou a Pai-Nosso e, com lágrimas, apresente seu problema a Deus, faça sua queixa, ore. Salmo 142: “Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação”. Salmo 141: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina”. Aqui você pode perceber que orar, apresentar seu problema a Deus, erguer as mãos em oração são ofertas das mais agradáveis a Deus. ele quer que você lhe apresente suas necessidades. O que ele não quer é que você fique aí, corroendo-se e se torturando debaixo do peso de sua aflição, fazendo com que um problema acabe se transformando em dois, sim, dez ou até mesmo cem. É da vontade de Deus que você seja fraco demais para carregar e superar seus problema. Assim você aprenderá a buscar forças nele, e ele será glorificado em você através do poder que ele dá. Veja, é isso que faz de alguém um cristão!


Martinho Lutero (1483-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A verdade sobre a Estrela de Belém

Mark Thompson, membro da Sociedade Astronômica Real da Inglaterra, afirmou no Discovery Channel que encontrou explicação científica para a Estrela de Belém. Usando registros históricos e simulações de computador, que permitem o posicionamento das estrelas e dos planetas traçados no tempo em que Jesus nasceu, concluiu que houve um evento astronômico incomum – que ele define de “mudança de direção” de Júpiter com a conjunção da estrela Regulus. “Não cabe a mim dizer se realmente a Bíblia está certa ou errada, eu estou apenas desenhando sobre os fatos na minha frente”, disse o cientista.

É uma resposta recente da Astronomia, igual a tantas outras diante desta cena misteriosa relatada no Evangelho de Mateus. No entanto, se foi um episódio natural, ou se foi algo sobrenatural à semelhança dos milagres bíblicos, isto pouco importa para a teologia cristã. O que interessa mesmo é aquilo que os visitantes do Oriente encontraram nos braços de Maria. Até porque, se a Ciência conseguir comprovar a materialidade da famosa estrela lá no céu, por outro, nunca poderá explicar a divindade de Jesus aqui na terra. É uma questão de fé, mesmo que Luis Fernando Veríssimo diga que tudo não passa de crendice. Num de seus últimos artigos, sugeriu que “o Natal nos fornece símbolos de muito mais coisas e mais importantes do que questões de fé”. Sem surpresas para alguém que já disse ter deixado “a fé no bolso da última fatiota de calça curta e que nunca mais encontrou”.

Mas, cada um é livre para crer ou descrer. Até mesmo para buscar nas estrelas as respostas e não no Criador delas. Não foi o que fizeram os visitantes do Oriente. Eles foram guiados pelas Sagradas Escrituras e não pelos astros. Hoje poderia ser um GPS, mas as coordenadas ainda seriam divinas. Através das profecias do Antigo Testamento, no lombo do camelo, eles seguiram o rastro iluminado até o Salvador. Eles conheciam a seta: “Um rei, como uma estrela brilhante, vai aparecer naquela nação; como um cometa ele virá de Israel” (Números 24.17). Por isso a voz da profecia, que de Belém sairia o líder para guiar o povo de Deus (Mateus 2.6). Por isso a inspiração do poeta: “Nosso guia és tu, Jesus, através de mais um ano. O teu nome é nossa luz, que nos guardará do engano”.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS