quinta-feira, 29 de abril de 2010

Futebol e religião


Ernani Kufeld*


Futebol e religião têm algo em comum? Se você pensa que não, veja que são no mínimo interessantes as paixões que eles despertam. Se no Novo Testamento os primeiros cristãos estavam dispostos a perder suas vidas em nome da fé cristã – a qual lhes dera uma nova razão de viver – e do salvador que ressuscitou, hoje amantes do futebol fazem verdadeiras loucuras para provar amor ao time e artilheiro do coração. Lembro-me que quando o time o qual simpatizo foi disputar a final do torneio mundial interclubes vi uma entrevista dada por um pai de família que vendeu a própria casa para ter dinheiro e viajar ao outro lado do mundo ver os jogos. Questionado sobre o ato ele respondeu que pelo seu time fazia qualquer coisa. Um louco egoísta? Outro dia vi também uma notícia sobre uma pessoa que vendeu tudo o que tinha e deu de oferta a determinada igreja, sob a promessa de prosperidade em nome de Deus.

Fazer qualquer coisa pode ser bem perigoso tanto para o futebol quanto para a fé e até para a vida. Por estar disposto a tudo em nome da paixão pelo time, tem gente que fala mal, agride e até mata. E o pior é que na religião a história muitas vezes se repete. Pergunto-me: será que Deus aprova este tipo de atitude? Não creio, embora distorcendo a mensagem da Bíblia se possa usá-la para dizer o que se quer. Mas aí é como um jogo sem juiz e sem regras: quem pode mais chora menos!

Mas as semelhanças não param por ai. No dia 28 de abril saiu o ranking atualizado da FIFA e para nossa alegria, a seleção brasileira de futebol volta ao topo da lista, isto a 43 dias do inicio da copa do mundo. Como bom torcedor pela seleção brasileira, não deixo de ficar orgulhoso e confiante quanto à Copa que vem aí. Estar no topo, no auge é o que todo mundo almeja. É muito bom estar ali. Faz bem para o EGO. Dá aquela sensação boa de “não tem pra ninguém”. Mas é aí que mora o perigo. Alguém já disse que quanto maior o salto, maior a queda.

A última edição da Copa do mundo mostrou que salto alto e futebol não combinam. Salto alto e fé cristã também não. A Palavra de Deus nos dá vários exemplos disso. Em Mateus 18.4 Jesus disse que “a pessoa mais importante no reino do céu é aquela que se humilha e fica igual a uma criança.” Já em Marcos 9.35 Ele disse que “se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos”. O profeta Isaías (5.21) alertou que “ai dos que acham que são sábios, dos que pensam que sabem tudo!” E o apóstolo Paulo lembra os Coríntios dizendo que “aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair”. Por quê? Porque o salto alto normalmente vem de uma autoconfiança exagerada. Autoconfiança exagerada produz salto alto. Salto alto produz derrota. O futebol já mostrou isto. É o que acontece quando um jogador pensa que pode levar o jogo sozinho nas costas ou, quando um time subestima o adversário. É assim quando achamos que somos tão bons que merecemos bondade e recompensa de Deus ou, chegamos ao ponto de subestimar a natureza pecadora em nós e o maligno a nossa volta.

Salto alto normalmente vem da confiança em coisas anteriormente realizadas. Mas estas são estatística e estatística não ganham jogo nem salva ninguém. Por isso, diante da autoconfiança exagerada e do salto alto dos romanos, o apostolo Paulo redireciona os seus olhos para Cristo e conclui com a categoria digna de um artilheiro: “Porém a pessoa que não põe a sua esperança nas coisas que faz, mas simplesmente crê em Deus, é a fé desta pessoa que faz com que ela seja aceita por Deus....” (Romanos 4.5). Ele diz isto porque sabe que espiritualmente somos vencedores não pelo que podemos ou fazemos, mas por causa daquele que nos ama: Jesus.

*Teólogo e pastor da Igreja Luterana em Aracaju

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ver para crer

*Márlon Hüther Antunes


Parece que somos como o personagem Bíblico Tomé, o discípulos de Jesus, que mesmo depois de ter ouvido as palavras preditas do Mestre sobre sua ressurreição, coloca-as em xeque, acredita só se colocasse o dedo, sentisse e vesse para então crer.

Cenas destruidoras estão à nossa porta diariamente e nas manchetes de noticiários, assim como as chocantes conseqüências das chuvas e deslizamentos no Rio de Janeiro, deixando mais de 200 mortes, sem considerar os incontáveis prejuízos. Parece que vivemos dia após dia como Tomé, sabendo das coisas, mas céticos. O que acontece no Rio há dias não é nenhuma novidade. Na verdade é o grande problema das cidades (brasileiras), políticos e pessoas: descaso total daqueles que são responsáveis pela fiscalização ou pelas construções desordenadas e em áreas de risco. Constroem sobre o lixo, ou permite-se que estes entupam os bueiros. Neste caso, ver para crer pode ser um caminho perigoso e as conseqüências cruéis. Um dia a casa (infelizmente) cai.

Não é uma questão de moralismo, porque fatos deste tipo não acontecem pela primeira vez, são situações que se repetem década após década, ano após ano e, depois da tempestade (e destruição) esquecemos dos exemplos, conselhos e normas. Depois da destruição é um “Deus nos acuda”, desespero, insegurança, e medo – este era também o contexto de Tomé e dos discípulos após a morte do Senhor. Ajam bombeiros ou voluntários para revirar esses escombros e lama.

Nestas situações, alguém para aliviar o fardo, tranqüilizar é fundamental, mas não dando casa própria encima de lixo ou em área de risco. Mesmo quando somos céticos e desatentos às sábias palavras, não somos abandonados e esquecidos; Jesus pode ser comparado a um bombeiro ou voluntário, disposto a virar os escombros de nossas vidas, tirar o lixo e enfrentar a morte a fim de nos resgatar. Enquanto a omissão mata, o interesse, o agir em favor traz vida. Jesus sabia o que se passava com os discípulos que sofriam e daqueles que sofrem hoje, Ele sabe o que é sofrer, pois sofreu o mais cruel dos sofrimentos. Ele não quer que sejamos omissos com nossos direitos, deveres ou mesmo ao seu amor, pois só assim Ele pode dar e oferecer o que mais precisamos: Paz! Não espere ver para crer, creia e construa sua vida sobre a rocha firme, assim como orientado por Jesus: “Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha” (Mateus 7.24).

* Teólogo e Pastor da Igreja Luterana, Maceió

Lixo – o que fazer?

O que impressiona nesta tragédia no Morro do Bumba é o fato das pessoas não saberem que moravam em cima de um monte de lixo. O morro era um antigo lixão desativado em 1981 – um vulcão que acordou e explodiu pelo gás metano. Parece que este é o nosso problema: não sabemos, ou fazemos de conta que não sabemos, que o lixo volta, e volta com poder destruidor.

O apóstolo Paulo também não sabia que a vida dele estava construída sob um entulho. Depois de descobrir, confessou: “Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo” (Filipenses 3.8). No original do Novo Testamento está a palavra “skubalon”, que deriva da palavra grega “skor” – refugo. Ele usa este termo para falar da sua antiga crença, uma montanha de regras religiosas e que produziu um terrível gás, tão forte que explodiu em fanatismo e ódio. Paulo, no entanto, foi resgatado dos escombros e saiu com vida, e por isto o seu testemunho: “Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição” (3.10).

Se este escritor da Bíblia vivesse nos tempos do lixo moderno, quem sabe usaria o Morro do Bumba para dizer: “Antes de construir as casas, olhem bem o terreno. Usem como fundamento o Cristo ressuscitado e não o lixão”. E penso que ele não escreveria mais “Eu joguei tudo fora como se fosse lixo”. No lugar, diria: “Eu reciclei, separei o lixo, coloquei no devido lugar”. Nesta mesma epístola, onde fala do refugo espiritual que polui a alma, Paulo observa: “Vivam de acordo com o evangelho de Cristo” (1.27). “Viver” aqui no grego é “politeuesthe”, e a tradução mais exata seria: “Vivam politicamente de acordo com o Evangelho de Cristo”. Ou seja, o cristão não tem desculpa – ele sabe que o meio ambiente é um presente de Deus, e que tem um compromisso político de preservá-lo.

Tragicamente estamos colhendo as consequências da nossa ganância, irresponsabilidade, estupidez. Mas ainda existe uma saída para este problema do lixo, tanto o espiritual como o material. E certamente não é para debaixo do tapete...

Marcos Schmidt
Pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Grande alegria em Volta Redonda

No dia 21 de março a Congregação Evangélica Luterana de Volta Redonda se alegrou imensamente pela Profissão de Fé feita pelo jovem Pedro F. Campos Neto que, a partir deste dia, passou a fazer parte da Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

Estiveram presentes seus pais e sua namorada.

Pedimos a Deus que continue abençoando nosso irmão Pedro na sua boa luta da fé.