domingo, 15 de maio de 2011

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?


Certa noite, já faz muitos anos, um pastor que viajava no lombo de um burro perdeu-se numa mata virgem. Amarrou seu animal numa árvore e foi à procura da trilha perdida. Em vez de encontrá-la, afundou-se cada vez mais na densa floresta. Andou e andou, procurando de qualquer modo uma saída. Até que desistiu finalmente da caminhada e sentou-se no chão, profundamente desesperado. Lembrou-se, então, de um professor que dizia que a pior parte do sofrimento no inferno é sentir-se completamente abandonado.

Então, enquanto a sensação de abandono tomava conta dele, escutou um ruído a uns poucos metros de distância. Dirigiu-se até lá e... Que maravilha! Encontrou seu burro tal qual o deixara amarrado numa árvore. O pastor havia caminhado em círculos, voltando ao ponto de partida.

O salmista Davi, num momento em que se sentiu inteiramente abandonado, exclamou desesperado: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Sl 22.1) Pendurado na cruz, em extrema agonia, o Salvador Jesus usou as mesmas palavras quando foi abandonado por Deus, sofrendo as mais profundas dores do inferno em lugar de toda a humanidade, para extravasar um sofrimento como nunca houve igual.

Você já passou por sofrimentos semelhantes? Vivemos numa época em que doenças como a depressão e o esgotamento nervoso aparecem com muita frequência. Saiba então que Deus não nos abandona. Mesmo quando nos sentimos sozinhos, e gritamos desesperados como Davi, o amor de Deus não nos deixa sós. Ele declara num texto do profeta Isaías que: “Na minha ira e no meu furor, eu me escondi de você por um momento, mas com amor eterno eu terei compaixão de você” (Is 54.8). Deus não nos abandona, ele sempre está conosco.

Reverendo
Paulo Frederico Flor

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