sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Nunca livres das tentações


Leia : Coríntios-I 10.7-13

Agora, uma vez que o próprio Deus denomina nossa vida “tentação”, e já que temos de ser afligidos no corpo, na honra e nos bens, bem como sofrer injustiça, devemos aguardar isso com alegria e recebê-lo com sabedoria, dizendo: Olha, isso são coisas da vida. Que posso fazer? É uma tentação, continua sendo uma tentação, e não será diferente. Que Deus me ajude para que ela não me abale e derrube.

Veja: em vista disso, ninguém consegue ficar fora de alcance da tentação. Agora, a gente, certamente, pode defender-se, buscar conselho em oração e invocar a ajuda de Deus. No livro dos anciãos conta-se a história de um jovem irmão que queria livrar-se de seus pensamentos. Disse-lhe, então, o ancião: Querido irmão, você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas, certamente, pode impedir que façam seu ninho em seus cabelos. – Assim, também nós, como diz Santo Agostinho, não podemos evitar os ataques e as tentações. Mas, pela oração e invocação da ajuda de Deus, podemos impedir que vençam.

Por que Deus permite que as pessoas sejam assim tentadas a pecar? Resposta: para que a pessoa aprenda a conhecer a si mesma e a Deus. Conhecer a si mesma, isto é, que nada pode senão pecar e fazer mal. Conhecer a Deus, isto é, que sua graça é mais poderosa que todas as criaturas. E assim aprenda a pessoa a desprezar a si mesma e a louvar e enaltecer a graça de Deus.


Martinho Lutero (1483-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

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