segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pobre criança


Crianças vítimas de todo tipo de violência viraram rotina nas páginas policias. A última e uma das mais bárbaras histórias aconteceu no interior da Bahia, quando o padrasto querendo atingir a mãe, torturava o filho dela, um menino de dois anos, aplicando agulhas com a intenção de matá-lo. Um verdadeiro rito satânico, cheio de más intenções, falta de amor e de corações carregados de podridão e pecados. Pobre inocente criança sofrendo cheia de agulhas num hospital em Salvador, longe de casa em pleno Natal!

Fatos narrados e noticiados envolvendo crianças não são novidades. Cada vez mais o ser humano se mostra menos humano e mais animal. Na semana do Natal, também nos preocupamos tanto com os rituais do Natal: a ceia, a troca de presentes, a festa em família; que ignoramos outra criança. Desconhecido naquela noite fria em Belém, prestes a nascer, sem ter onde repousar, longe de casa, o inocente Filho de Deus vinha ao encontro de pessoas sem amor, ocupadas e carregadas de pecados, nascendo no meio dos bichos.

Uma criança pode ser vista como uma intrusa, atrapalhando planos, projetos e sonhos pessoais; mas também pode ser sinônimo de vida nova, esperança e continuidade de uma história. Aquela criança rejeitada em Belém é a mesma esquecida na noite de Natal – sua festa – por nós!

A intenção de Deus em usar seu Filho era atingir todos aqueles que teriam a oportunidade de tê-la no colo, acessível – e nós hoje temos! Ele não usou agulhas, mas pregos e espinhos em uma história marcada por maldade e luta pela vida, não dele, mas de toda uma humanidade pecadora, a quem oferecia como substituto. “Ele foi rejeitado e desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim. Era como alguém que não queremos ver; nós nem mesmo olhávamos para ele e o desprezávamos. No entanto, era o nosso sofrimento que ele estava carregando, era a nossa dor que ele estava suportando... nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu” Isaías 53.3-5.

O amor incondicional de Deus por nós parece história de gente maluca e sem coração. Mas o plano de Deus em oferecer-se a si próprio atravessa os tempos e razão, comprovando que Deus se preocupa sim com pecadores. Mesmo que esqueçamos, ignoramos e “matamos” aquela criança, a promessa fica: “Eu nunca esquecerei vocês”. Tenha um Natal, com aquela criança que tudo fez e suportou por ti – Jesus o Menino-Deus. Substituto e Salvador!

Márlon Hüther Antunes
Teólogo e Pastor da Igreja Luterana
Maceió - AL

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