sexta-feira, 22 de maio de 2009

Inesquecível Calote!

“Não aceitamos”, “prejuízo”, “voltou”, “sem fundo”. O assunto tornou a ser manchete, em meios de comunicação, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Novamente pesquisas mostram que a inadimplência tem aumentado consideravelmente, os cheques sem fundo, símbolo de credibilidade no passado, tem sido cada vez mais rejeitados. A reputação do cidadão, frente às suas dívidas e compromissos, tem sido cada vez mais vergonhosa (fonte SERASA).

É triste constatar, a que pontos chegamos: Voltou à Plenária o projeto que cria o “Cadastro Positivo” de consumidores (PL 836/03) - porque estão escassos. É mais fácil listar os bons, do que os maus. Aliás, ser honesto hoje é ser diferente, é manchete! Entre tantos casos já noticiados, um chamou-me a atenção há algum tempo, a do faxineiro que devolveu o dinheiro ao turista suíço distraído, e que foi recebido pelo presidente da República, digno de elogio e alguns minutos de fama.

Honrar a reputação, a promessa, a dívida, a família, o cônjuge, tornou-se raridade, digno de uma “boa matéria”. A desonestidade, a corrupção, o “puxar o tapete do outro”, não importa onde seja, mostram os prejuízos que estamos trazendo para nós mesmos, pois todos saímos perdendo: “Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos” (1 Timóteo 6.9,10).

Em minha infância, aproximadamente aos 5 anos, no meio da pobreza que vivi, tive a oportunidade de “conseguir” algumas moedinhas – que não eram minhas, mas dos meus primos, que misteriosamente sumiram depois que dormi na casa deles. No outro dia, minha tia, comunicou o fato a minha mãe. Apanhei, devolvi, pedi desculpas e nunca mais esqueci: o que não é meu, não é meu – é do meu próximo. “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Provérbios 22.6). Não fiz mais do que minha obrigação, assim como aquele faxineiro. Se eu tivesse passado desapercebido, ficado a vontade, não sido educado, quem sabe minhas escolhas para a vida adulta, seriam bem outras (Romanos 8.7).

Ganância, querer ter e ser o que não se pode e é, levam as pessoas se afundarem em dívidas, não honrarem compromissos, optarem pela desonestidade e corrupção. Temos muito que aprender ainda, porque a mudança começa em cada um de nós, parte de nós, está no nosso coração.

Tem coisas que se tornam inesquecíveis e que não tem preço. Por isso somos lembrados de alguém que honrou com seus compromissos, pagou o que devíamos, conforme assumido, Ele é nosso fiador: “Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente” (Mateus 20.28). “(CRISTO JESUS) deu a sua vida para que todos fiquem livres dos seus pecados. Esta foi a prova, dada no tempo certo, de que Deus quer que todos sejam salvos” (1 Timóteo 2.6).

Márlon Hüther Antunes
Teólogo e Pastor Luterano
Maceió - AL

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