sábado, 18 de outubro de 2008

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR


Certa feita estava Jesus com seus discípulos em meio a uma multidão, ensinando, educando, mostrando uma nova forma de ver o mundo.
Nessas ocasiões os líderes religiosos e políticos da época sempre estavam por perto, ouvindo, procurando pegar Jesus em algum deslize para colocar o povo contra ele. Em dado momento um desses líderes teve uma grande idéia – pegou uma moeda e, diante de Jesus fez a seguinte pergunta: é certo pagar impostos? Que pergunta mais sem nexo, completamente fora do contexto e aparentemente sem grandes objetivos.
Para entender onde esse líder queria chegar é importante entendermos a situação política da época. O povo judeu vivia sob o domínio de Roma e devia pagar 25% de imposto sobre suas atividades comerciais, de produção, etc. Se Jesus concordasse com a legitimidade do pagamento de impostos estaria indo contra o povo que penava para poder pagá-los a um povo estrangeiro. Por outro lado, se Jesus iniciasse um discurso contra o pagamento de tais impostos, poderia ser acusado de rebeldia.
Em sua enorme sabedoria Jesus toma a moeda em suas mãos e pergunta de quem é aquela figura nela desenhada. – “César” – respondeu seu interlocutor. – “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” – completou Jesus. É tudo uma questão de cumprir-se a lei. As leis eram justas na época? Não sabemos. As leis são justas hoje? Esperamos que sim.
Na verdade o termo usado por Jesus foi mal traduzido. O vocábulo usado por Jesus quer dizer: “devolva”. Isso muda todo o sentido dessa expressão tão conhecida e tão usada entre nós.
Devolver...
Nós, cidadãos brasileiros, somos aqueles que mais pagam impostos no mundo. Somos o povo que temos os políticos mais caros do mundo (nossos políticos ganham mais do que políticos dos Estados Unidos e Europa). Porém o que nos é devolvido de tudo isso?
Esses impostos deveriam voltar para o povo em forma de condições básicas de vida (saúde, moradia, segurança, educação, etc), mas onde está tudo isso? Nossos políticos, que recebem tão bem e sempre em dia, que deveriam devolver para o povo bons serviços, engajamento fiel nas lutas por uma sociedade melhor e mais honesta, só nos dão desgosto e nos causam vergonha.
Como entender tudo isso? Impossível.
Deus nos deu uma vida maravilhosa, saúde, família, trabalho, etc. O quanto temos devolvido de nós mesmos ao próprio Deus, à nossa família e à sociedade onde vivemos?
Quanto do nosso tempo e dos nossos talentos e habilidades temos colocado a serviço do nosso companheiro (esposo ou esposa), dos nossos filhos. O quanto temos dedicado do tempo e talentos para fazer do nosso mundo um lugar mais agradável de se viver? O quanto temos dedicado do nosso tempo para buscarmos em Deus forças para cumprir com nossos deveres e coragem para cobrar e buscar nossos direitos?
Que a paz de Deus devolva aos nossos corações a alegria de viver, mesmo em meio a tantas decepções.

Pastor Marcio Loose

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