terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ore!


“À voz do teu clamor, ouvindo-a, o Senhor te responderá”. (v. 19)

Você precisa aprender a orar e não ficar aí sentado ou deitado no banco, sozinho, cabisbaixo, sacudindo a cabeça, deixando que os pensamentos o devorem, preocupando-se e procurando uma saída sem ver outra coisa senão sua triste e miserável situação. Vamos lá, anime-se! Ajoelhe-se, levante os olhos e as mãos para os céus, tome um salmo ou a Pai-Nosso e, com lágrimas, apresente seu problema a Deus, faça sua queixa, ore. Salmo 142: “Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação”. Salmo 141: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina”. Aqui você pode perceber que orar, apresentar seu problema a Deus, erguer as mãos em oração são ofertas das mais agradáveis a Deus. ele quer que você lhe apresente suas necessidades. O que ele não quer é que você fique aí, corroendo-se e se torturando debaixo do peso de sua aflição, fazendo com que um problema acabe se transformando em dois, sim, dez ou até mesmo cem. É da vontade de Deus que você seja fraco demais para carregar e superar seus problema. Assim você aprenderá a buscar forças nele, e ele será glorificado em você através do poder que ele dá. Veja, é isso que faz de alguém um cristão!


Martinho Lutero (1483-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A verdade sobre a Estrela de Belém

Mark Thompson, membro da Sociedade Astronômica Real da Inglaterra, afirmou no Discovery Channel que encontrou explicação científica para a Estrela de Belém. Usando registros históricos e simulações de computador, que permitem o posicionamento das estrelas e dos planetas traçados no tempo em que Jesus nasceu, concluiu que houve um evento astronômico incomum – que ele define de “mudança de direção” de Júpiter com a conjunção da estrela Regulus. “Não cabe a mim dizer se realmente a Bíblia está certa ou errada, eu estou apenas desenhando sobre os fatos na minha frente”, disse o cientista.

É uma resposta recente da Astronomia, igual a tantas outras diante desta cena misteriosa relatada no Evangelho de Mateus. No entanto, se foi um episódio natural, ou se foi algo sobrenatural à semelhança dos milagres bíblicos, isto pouco importa para a teologia cristã. O que interessa mesmo é aquilo que os visitantes do Oriente encontraram nos braços de Maria. Até porque, se a Ciência conseguir comprovar a materialidade da famosa estrela lá no céu, por outro, nunca poderá explicar a divindade de Jesus aqui na terra. É uma questão de fé, mesmo que Luis Fernando Veríssimo diga que tudo não passa de crendice. Num de seus últimos artigos, sugeriu que “o Natal nos fornece símbolos de muito mais coisas e mais importantes do que questões de fé”. Sem surpresas para alguém que já disse ter deixado “a fé no bolso da última fatiota de calça curta e que nunca mais encontrou”.

Mas, cada um é livre para crer ou descrer. Até mesmo para buscar nas estrelas as respostas e não no Criador delas. Não foi o que fizeram os visitantes do Oriente. Eles foram guiados pelas Sagradas Escrituras e não pelos astros. Hoje poderia ser um GPS, mas as coordenadas ainda seriam divinas. Através das profecias do Antigo Testamento, no lombo do camelo, eles seguiram o rastro iluminado até o Salvador. Eles conheciam a seta: “Um rei, como uma estrela brilhante, vai aparecer naquela nação; como um cometa ele virá de Israel” (Números 24.17). Por isso a voz da profecia, que de Belém sairia o líder para guiar o povo de Deus (Mateus 2.6). Por isso a inspiração do poeta: “Nosso guia és tu, Jesus, através de mais um ano. O teu nome é nossa luz, que nos guardará do engano”.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sirene para o Natal

A triste história da adolescente que recebeu vaselina na veia no lugar de soro revela de forma trágica que um simples erro humano pode ser fatal. Um hospital de São Paulo, que tinha a tarefa de socorrer a paciente, seguiu pelo caminho inverso. As embalagens eram idênticas, mas os conteúdos bem diferentes. Já disse o Sábio que “caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte” (Provérbios 14.12). Segundo estatística, a probabilidade de morte decorrente de remédios mal administrados em pacientes hospitalizados é três vezes maior do que as mortes por acidente automobilístico.

Falhas humanas desta natureza estão cada vez mais evidentes quando depende-se da tecnologia para quase tudo nesta vida cibernética. A palavra “cibernética” vem do grego e significa “timoneiro”,  aquele que pilota a embarcação. Hoje é um termo usual para expressar a complicada relação homem-máquina. Além da nociva dependência tecnológica, também nos transformamos em robôs ao fazer as coisas automaticamente – sem nos dar conta dos atos e das consequências. Deve ter sido assim com a enfermeira, também vítima da rotina estressante de um despreparado hospital. Ela não percebeu que injetava na veia da menina a própria morte.

É Advento, tempo para fugir da automação espiritual e refletir mais atentamente sobre o que é soro e o que é vaselina nesta sociedade que virou um grande e confuso hospital. Por isto a voz de João Batista, sempre destacada no púlpito das igrejas: “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” (Mateus 3.2). Arrepender-se literalmente no grego é “mudar de mente”. Naquele tempo bíblico como hoje, as pessoas corriam sem saber para onde iam, e injetavam nas veias da alma uma religiosidade viscosa e mortal. Por isto a ordem: “Preparem o caminho para o Senhor passar” (3.3). Igual a ambulância que pede passagem, esta é estridente sirene para o Natal do Deus que se tornou gente a fim de salvar as gentes desenganadas. Graças a Deus que ainda é tempo para dar passagem...

Marcos Schmidt
Pastor luterano   
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS