terça-feira, 4 de novembro de 2008

CONHECE-TE A TI MESMO


Gosto muito de ditados populares, penso que eles nos ensinam muitas coisas principalmente quando podemos chegar ao centro de suas proposições. Porém existe um ditado que me intriga todos as vezes que penso nele e, por mais que eu tente entender o que realmente está por trás, não encontro resposta satisfatória.
Um homem prevenido vale por dois.”
Ainda não descobri o que significa esse valer por dois, qual a vantagem que isso me dá? Talvez porque duas cabeças pensam melhor do que uma? Acho que não.
Creio que esse ditado tem mais a ver com o famoso lema da filosofia de Sócrates – “Conhece-te a ti mesmo” – um homem prevenido é aquele que se conhece tão bem que pode prever as mais variadas situações com as quais pode se defrontar, por isso está sempre preparado.
O conhecer-se a si mesmo é algo de grande valor e grande importância, porém não temos colocado isso em prática nas nossas vidas. Contudo creio que há uma resposta para esse desinteresse com relação ao autoconhecimento.
Conhecer-se a si mesmo é tornar-se consciente da própria ignorância. Conhecer-se a si mesmo é, acima de tudo, reconhecer erros, limitações, falhas, pontos fracos. Isso é difícil, é doloroso ao ser humano que quer sempre ser o melhor, quer estar acima dos outros, quer pisar, quer humilhar seu semelhante jogando-lhe na cara seus próprios atributos e virtudes.
Porém o conhecimento verdadeiro passa necessariamente pelas nossas mazelas; é necessário tocar nas feridas, é necessário tirar a sujeira que foi varrida para baixo do tapete. Porém isso não deve ser feito com o intuito de ridicularizar ou humilhar-se a si mesmo (mesmo porque esse exercício deve ser feito no nosso interior). Conhecer e reconhecer nossos defeitos é a melhor maneira de aprender para um crescimento verdadeiro e solidificado. Aprender com os acertos é gostoso, mas aprender com os erros é construtivo.
O autoconhecimento faz bem à alma. Jesus disse certa vez que deveríamos, e devemos, amar os outros como amamos a nós mesmos. Porém como amar alguém sem o conhecer? Como eu posso me amar se nem me conheço de verdade? Somos convidados a uma maravilhosa viagem, uma viagem ao nosso interior. Augusto Cury em seus livros nos convida a escavarmos tesouros dentre os destroços do nosso ser. Com certeza vamos encontrar coisas valiosíssimas quando nos defrontarmos com o nosso “eu” verdadeiro, escondido e trancado a sete chaves no fundo do nosso ser.
Diz uma música dos Titãs: “tem cinco minutos guardados dentro de cada cigarro”. Existem também muitos minutos guardados num choppinho com os amigos, por exemplo, batendo um papo. Que tal fazermos um bate-papo diferente – eu comigo mesmo – aproveitando cada gole de chopp ou refrigerante (algo para refrescar nosso corpo e nossa mente nesse verão que bate a porta) para rever meus conceitos, me alegrar com meus acertos e minhas virtudes, reconhecer meus erros e meus defeitos, mudar aquilo que posso, aceitar aquilo que não tenho forças nem condições de mudar mas, acima de tudo, buscar ser eu mesmo.
Não viva sua vida pela cartilha dos outros, aprende o máximo que puder para poder escrever seu próprio manual. Conhece-te a ti mesmo. Eu ainda não me conheço bem. Que a paz de Deus nos dê sabedoria e coragem para esse autoconhecimento.

Pastor Marcio Loose.

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