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Mas é aí que mora o perigo, tanto para o astro como para o fã. Porque com os pés no chão é preciso saber que todos estão no mesmo nível, nem acima nem abaixo. Afinal, do chão viemos e ao chão retornaremos (Gênesis 3.19). As próprias relações humanas seriam mais sensatas, sadias, se este tipo de comportamento não fosse tão desnivelado. Não haveria tamanha desigualdade social e econômica. O salário de um simples professor não seria tão diferente de um famoso artista. A vida seria mais real. Aliás, exemplo de equilíbrio comportamental diante da fama vem do piloto que virou herói após o espetacular pouso no Rio Hudson em Nova York. Evitando os holofotes, só agora ele deu uma entrevista, qualificando de “surreal” a experiência.
Creio que surreal mesmo é o nosso jeito de relacionar-se com o “semelhante” – os de cima e os de baixo. E o caminho para viver a realidade, longe do (ir)reality show, é olhar bem para cima. Foi o que fez o famoso Davi, através da lente imaginária de um telescópio: “Ó Senhor, quando olho para o céu que tu criaste, que é um simples ser humano para que penses nele? No entanto, fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo e lhe deste a glória e a honra de um rei” (Salmo 8). Perceber a grandeza do Criador é a forma de perceber a grandeza de si próprio – de alguém que recebeu poder sobre toda a criação (v.6). Na verdade, quando não se enxerga a magnitude imensurável de Deus, esquece-se a grandeza do próximo e a própria pequenez.
Se para Tom Cruise, tudo o que ele faz parece ter a dimensão ainda maior aos olhos dos fãs, para o cristão acontece algo parecido na perspectiva do Criador. E isto graças a lente de um singular e poderoso microscópio: o Filho de Deus. O apóstolo lembra que “Jesus tinha a natureza de Deus, mas ele não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, tornou-se igual aos seres humanos” (Filipenses 2.6,7). Fez isto a fim de que a nossa vida e obras tivessem a dimensão original da imagem divina. Foi pensando nisto que Davi sussurou: Ó Senhor, tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando, tu sabes tudo o que eu faço (Salmo 139.3). A realidade do valor humano, sem dúvida, é o que precisa aparecer.
Marcos Schmidt
pastor luterano
marsch@terra.com.br
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