sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Leitura da semana

No próximo dia 27, chegaremos ao 8° domingo após a Epifania, e neste culto a leitura no Santo Evangelho se encontra em Mateus, no capítulo 6, do versículo 24 ao 34:

"24.Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
25. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

28. E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;

29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?

31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?

32. (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;

33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."

Também fazem parte dos textos selecionados para este culto, o livro do Profeta Isaías, capítulo 46, do versículo 8 ao 16; a primeira epístola de Paulo aos Coríntios, precisamente o capítulo 4, versículos de 1 ao 13; e o Salmo número 115

Conheça o tema do culto, leia os textos antecipadamente!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A hora dos “Kadafis”


Não se sabe quais serão as conseqüências, se democracia ou outro tipo de opressão após as rebeliões populares no mundo árabe. Mas uma coisa é certa, todos os ditadores vão cair e o fim deles seguirá na medida como lidaram com o povo. Isto deveria abrir os olhos das autoridades corruptas aqui no Brasil, já que a consciência deles está lacrada. O chamado “efeito dominó” pode vir para o lado de cá do Atlântico, fazer o povo sair às ruas e clamar pela renúncia dos ditadores camuflados em políticos, que aumentam de forma absurda os seus salários, promulgam e executam leis em benefício próprio, sem obedecer aos compromissos com o povo.


Há três mil anos os judeus, influenciados pelos vizinhos, se rebelaram para, incrivelmente, exigir uma ditadura. “Queremos um rei como acontece em outros países”, insistiram. Havia insatisfação com os atuais governantes, “interessados somente em ganhar dinheiro, aceitavam dinheiro por fora e não decidiam os casos com justiça” (1 Samuel 8.3). Samuel explicou o que aconteceria se o pedido fosse atendido. Suas riquezas, filhos, terras, tudo seria usado para atender aos caprichos do rei. Foi o que aconteceu. O primeiro monarca, Saul, tornou-se um legítimo “Kadafi”. No quarto reinado houve guerra civil e o reino ficou dividido entre Norte e Sul. A maioria dos reis seguiu o caminho da corrupção e injustiça, e teve um fim trágico.

A Bíblia não defende nenhuma forma de governo, se republicana, monárquica ou outro sistema. Mas uma coisa ela diz: “Quando as autoridades cumprem os seus deveres, elas estão a serviço de Deus” (Romanos 13.6). E quais são estes deveres? Está lá no começo: “Sejam honestos; sejam sempre corretos para que vivam” (Deuteronômio 16.20). Infelizmente, qualquer governo em qualquer regime sempre cometerá injustas, porque é humano, é pecador. Por isto o contraste quando a referência é o reinado de Cristo: “As bases do seu governo serão a justiça e o direito desde o começo e para sempre” (Isaías 9.7). Em todo o caso, que os “Kadafis” da vida fiquem atentos, pois a hora deles sempre chega.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Inocente, mesmo que condenado pelo mundo


"Felizes são os que não podem ser acusados de nada, que vivem de acordo com a lei de Deus, o Senhor" (Salmo 119.1)

Existem muitas histórias de acusações falsas. O próprio Jesus foi condenado com o uso de testemunhas que deturparam o que ele disse sobre o templo. Mas no fim, depois de tudo, o Senhor Jesus, hoje é reconhecido como aquele que falou a verdade. Ele foi acusado injustamente, mas não poderia ser acusado de nada. Primeiro, porque era o próprio Deus Filho encarnado e não tinha pecado. Segundo, porque em toda sua vida, jamais se afastou da lei de Deus.

Aqueles que vivem na lei de Deus estão também sujeitos a pessoas falsas que os acusarão. Mas no tempo certo, toda verdade será revelada, porque os que vivem na lei não podem ser acusados de nada.

Um outro exemplo. Outro dia, ouvi uma reportagem que fala de pessoas condenadas que estavam sendo libertadas nos Estados Unidos. Estas pessoas tinham sido acusadas de crimes que não cometeram e foram presas, mesmo jurando inocência. Agora, como é possível investigar o DNA, muitos processos estão sendo revistos:

James Woodard, condenado à prisão perpétua, foi libertado por um teste de DNA que provou a sua inocência. O homem, hoje com 55 anos, foi condenado com base em dois testumunhos em julho de 1982, por alegadamente ter estuprado e estrangulado uma mulher de 21 anos, cujo corpo foi encontrado nas margens do Rio Trinity, no Texas (link completo)

216 pessoas já foram libertadas, entre elas, 16 estavam no corredor da morte. Muitas delas ficaram anos e anos à espera de que a verdade viesse à tona. Mas agora não podem ser acusadas de nada, pois não fizeram nada.

Muitas vezes, mesmo quando seguimos a Lei de Deus, as pessoas vão tentar nos acusar, mas diante do Senhor seremos sempre inocentes. Não simplesmente por cumprir a Lei de Deus, o que ninguém faz de forma perfeita, mas porque, mesmo sendo culpados, Jesus cumpriu a pena em nosso lugar e nos torna livres. Agora, pela fé no Senhor Jesus, temos salvação e vida eterna.

Amém.

Jarbas Hoffimann, Pastor e Teólogo Luterano

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu comeria um boi...



"não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lher der um tapa na cara, vire o outro para ele bater também" (Mateus 5.39)

Você já ouviu falar em hipérbole?

hipérbole
(latim hyperbole, -es, do grego huperbolé, -és, lançamento para baixo, excesso, proeminência, exagero)
s. f.
1. Ret. Exagero com efeitos enfáticos no sentido das palavras ou das frases (ex.: rebentar de tanto rir).
2. Geom. Curva na qual é constante a diferença das distâncias de todos os seus pontos a dois pontos fixos chamados focos. (http://www.priberam.pt)

Jesus muitas vezes usou este recurso linguístico para ensinar. Lutero também usava o recurso do exagero, porque pensava que era bastante educativo quando se quer dizer algo com toda a ênfase.

Você certamente já ouviu ou disse: “estou com tanta fome que comeria um boi…” Isso é hipérbole. E quem ouve a frase entende que a pessoa está com muita fome, embora não possa, de fato, comer um boi.

No versículo citado, de Mateus 5, Jesus está ensinando algo muito importante e que se encontra no meio do Sermão do Monte. Ele está ensinando a não revidar. Aliás Jesus não revidou quando o chingaram, maltrataram e cuspiram. E a uma palavra sua a terra teria se desfeito sob os pés de seus algozes. Vocês já imaginaram o que nós, pecadores vingativos, faríamos com tamanho poder nas mãos, no momento do sofrimento? Pois Jesus não revidou. E não revidando ele nos proveu a salvação por meio de sua morte e ressurreição.

Assim também ele ensinou com palavras e com ações que a vida do cristão é um dia-a-dia de amor, mesmo quando é maltratado. Buscando o perdão e a salvação do próximo.

É claro que Jesus não está ensinando a gente a ficar parado num lugar tomando tapas na cara. Ele está ensinando a não revidar e devolver o amor a quem nos deu ódio.

Que o bondoso Deus nos dê mais desse amor, pois com estes gestos, certamente muitos serão alcançados para Cristo e haverá cada vez mais gente disposta a dar a outra face e menos gente pra bater. Não seria um mundo incrível!?

Amém.

Jarbas Hoffimann,
Pastor e Teólogo Luterano

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Gente que espera


O homem estava doente há 38 anos, deitado sempre em uma cama, ao lado de um tanque que produzia milagres. De vez em quando um anjo vinha e agitava a água, e o primeiro a entrar era curado de sua doença. Mas este homem não tinha ninguém para colocá-lo no tanque a tempo.

Até que um dia alguém entrou e mudou a sua vida. Seus 38 anos de espera e sofrimento terminam de uma maneira inesperada. Estava no lugar dos milagres, mas a cura veio com a palavra do Filho de Deus: “Levante-se, pegue a sua cama e ande”. Depois de reclamar com Jesus porque não tinha ninguém para ajudar, encontra a mão amiga do Salvador que muda a sua vida radicalmente. Uma ajuda sem interesses, que não exigiu nenhuma condição, que fez tudo por amor e porque tinha poder.

Que cena interessante: aquele que todos conheciam por estar jogado no piso esperando por ajuda, agora sai caminhando e carregando a sua cama, sua única companhia em 38 anos de solidão.

Jesus segue fazendo a mesma coisa com cada um de nós. Ele sabe que estamos doentes. Doentes por dentro, com falta de paz e uma grande separação do Pai Celeste: tudo consequência do pecado que herdamos. Ele sabe que sofremos com a solidão e precisamos de ajuda. E o que é mais importante: ele conhece o verdadeiro e único remédio para solucionar para sempre o problema humano. É ele mesmo, que com sua vida e seu sacrifício na cruz, reconciliou a humanidade com o Criador.

Confiar nesta notícia muda anos e anos de sofrimento e solidão. Quando abraçamos nosso Pai e Senhor, também estamos abraçados a uma nova família, família de fé. Temos outros irmãos que não nos deixam sozinhos. Vemos a vida em uma nova perspectiva, e as coisas se descomplicam.

Christian Hoffmann, pastor e teólogo luterano

Fonte: Cristo Para Todas as Nações

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Leituras da semana


No 7° domingo após a Epifania, dia 20 de fevereiro, fará parte das leituras do Culto a 1° Epístola de Paulo aos Coríntios, capítulo 3, versículos de 10 ao 23 :

"10.Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
11. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
12. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13. A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
15. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
16. Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
17. Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
18. Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.
19. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.
20. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos.
21. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;
22. Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso,
23. E vós de Cristo, e Cristo de Deus."

também serão lidos o Salmo de número 119, do versículo 33 ao 40
Ainda no Velho Testamento, o livro de Levítico 19.1-2, 9-18
E entre os Evangelhos, Mateus 5. 39-48

Leia os textos em casa, se dê a oportunidade de descobrir qual a ênfase do dia e tenha uma melhor compreensão do tema do culto!

Aos que ainda não conhecem nossa Congregação Luterana , fica o convite para o nosso próximo culto, no domingo, às 10h, na rua 217 do bairro Conforto. Todos são bem-vindos!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jesus quebra os paradigmas




A Bíblia conta que Jesus, cansado e sedento, puxou conversa com uma samaritana junto ao poço de Jacó e lhe pediu água para beber. Nos tempos bíblicos os judeus não se davam com samaritanos. A mulher, aliás, usa esse argumento para não oferecer-lhe água. Jesus, porém, ignorando essa realidade, continua a conversar com ela e mostra que ele era o Messias prometido, aquele que tinha uma água especial para oferecer às pessoas. E a quem bebesse dessa água, Cristo daria a vida eterna.

Quebrando paradigmas, Jesus aproximou-se de samaritanos, de cobradores de impostos, de prostitutas e os acolheu. Sim, ao fazer aquilo que aparentemente não se podia fazer, segundo preceitos humanos, ele foi ao encontro de pessoas que eram discriminadas, revelando-lhes o seu evangelho, o seu amor. Será que nós, a exemplo de Jesus, temos ido ao encontro dos que estão presos, daqueles que vivem errantes nas ruas, embaixo de pontes ou viadutos, dos que usam seu corpo para ganhar dinheiro através da prostituição, dos bêbados ou viciados na maconha ou no crack, para anunciar-lhes que em Cristo há perdão e poder para que mudem suas vidas? (1Co 6.9-11).

Que nós, em resposta ao amor de Deus que nos perdoa e salva, jamais discriminemos alguém. Pelo contrário, sabendo que para Deus nada é impossível, proclamemos a todos, sem distinção, o seu amor salvador.


Egon Martim Seibert
Pastor, Teólogo luterano e Professor da ULBRA
Fonte: Cristo Para Todos as Nações

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Auto-ajuda ou Deus ajuda?


Os livros mais famosos são os de auto-ajuda. Mas os que menos ajudam, ou ajudam até ali. “Acredite em suas capacidades, você pode, tudo depende da sua força de vontade”. Isto seria verdade se os desafios fossem apenas a superação de problemas físicos, emocionais, materiais. Sabe-se que a pessoa otimista enfrenta as batalhas da vida com maior sucesso. Exemplos estão aí na biografia de muita gente. Mas a vida humana não se resume só em músculos, cérebro, hormônios, coração.

Existe a crença de que a vida é obra do acaso. Que tudo apareceu através de uma explosão cósmica que cabia na palma da mão, e que, em frações de segundos expandiu-se, surgindo tempo, matéria e o Universo com bilhões de galáxias, cada galáxia com bilhões de estrelas. E depois veio a evolução, a vida no planeta Terra e o próprio ser humano. Segundo a ciência, tudo isto um dia vai voltar para o que era antes, isto é, para o nada. Surge, então, uma pergunta que o cachorro nem o macaco fazem: Qual o sentido da minha vida neste infinito e finito Universo?

No livro Uma Vida com Propósitos, Rick Warren lembra que “se concentrarmo-nos em nós mesmos, jamais desvendará o propósito de nossa vida”. Confirma isto por aquilo que disse um famoso cientista ateu: “A menos que se admita a existência de Deus, a questão que se refere ao propósito para a vida não tem sentido”. Warren sugere que há propósitos de vida dirigidos por sentimentos de culpa, ou pelo rancor e pela raiva, pelo medo, pelo materialismo, ou pela necessidade de aprovação. Ressalva, no entanto, que fomos feitos por Deus e para Deus – e, enquanto não compreendermos isso, a vida jamais terá sentido.

A experiência no aconselhamento tem me mostrado que as pessoas sossegadas, felizes e tranquilas são aquelas que vivem o real sentido da sua existência. Aquelas que receberam ajuda pelo Livro dos livros, onde diz que Deus criou tudo o que se vê e o que não se vê, e que através de Cristo resolveu trazer de volta para si todo o Universo (Colossenses 1.20). Ter esta fé faz a diferença num mundo cada vez mais sem sentido.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Livres de preocupações


Leia : 1 Coríntios 7.32-35

“O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações” (v.32)

E, apesar de tudo, essa desesperante falta de fé está tão enraizada em nós que sempre de novo nos preocupamos com o sustento. Isso é assim porque queremos saber, com certeza, como Deus vai dar-nos sustento. Também queremos ter nosso galpão abarrotado de milho e a caixa recheada de dinheiro; queremos amarrar a Deus em nossa casa e caixa. Mas Deus deseja ficar livre e ser soberano no que diz respeito a tempo, pessoas, lugar e tudo o mais. Deixemos que ele se preocupe em como vai sustentar-nos, pois, certamente, nos dará milho e dinheiro na hora e quantia certa. Você deve pensar assim: Hoje vou trabalhar e deixar com Deus essa questão de onde ele vai tirar o alimento para mim; amanhã a mesma coisa; e, assim, você compreenderá que Deus o sustenta sem sua preocupação.

Por isso, a gente deve deixar tudo entregue a Deus. O trabalho e o esforço que você faz não estão em conflito com a fé. Ao contrário, são necessários para manter a carne sob controle. Agora, a preocupação, essa sim, vai contra Deus. a mulher deve cuidar dos filhos, governar a cada e aguardar o que Deus tem preparado para ela. Da mesma forma, o homem deve trabalhar e entregar-se nas mãos de Deus. Deus não vai abandoná-lo, pois não se cansou de fazer a promessa. Tudo o que conseguimos com nossa preocupação, é atrapalhar e ficar no caminho de Deus.

Martinho Lutero (1453-1546)
Doutor em Teologia
Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

domingo, 13 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Leituras da semana



No culto do próximo Domingo, 13 de fevereiro, o 6° após a Epifania, serão lidos os seguintes textos bíblicos, começando pelo Salmo 119, versículos de 1 a 8:

"1.Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do SENHOR.
2.Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração.
3. E não praticam iniqüidade, mas andam nos seus caminhos.
4. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos.
5. Quem dera que os meus caminhos fossem dirigidos a observar os teus mandamentos.
6. Então não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos.
7. Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos.
8. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente"


Completam as leituras

No Antigo Testamento, Deuteronômio 30.15-20
Entre as Epístolas, 1 Coríntios 3.1-9
E o Evangelho segundo Mateus, capítulo 5. 21-37


Boa leitura!


Daniel, Paulo e a fé que vence perigos


Se a terceira idade, como se costuma dizer, é a idade da experiência, esta é, também, a idade da experiências nas lutas e nas vitórias da fé

Hebreus 11, 12” é um sermão de encorajamento aos cristãos que, a exemplo de Paulo e de Daniel, lutam em meio a muitos perigos – com feras, como as de Éfeso, e com leões, como os da Babilônia, prontos a devorar. É um sermão sobre a fé que fecha a boca dos leões, a fé que não teme nem o martírio nem o envelhecimento – a fé que “tudo entrega ao Deus Amado, e nele espera o fervor, e que é por ele sustentado na cruz e na hora do pavor”

Daniel foi jogado em um buraco cheio de leões para ser devorado, mas foi salvo por sua fé em Deus e sobreviveu. A fé do profeta fechou a boca dos leões e dos seus inimigos que o caluniaram perante o rei

Paulo, provavelmente, fala de modo figurado, sobre luta contra os inimigos do Evangelho de Cristo – com suas intrigas e planos de morte contra ele. O apóstolo escreve sobre quantas vezes o Senhor o livrou: “ em perigos de rios, perigos de salteadores, em perigo em patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos

Tempo especial

A terceira idade é um tempo muito especial, onde podemos contar como o Senhor nos libertou de muitos perigos e dizer: “ até aqui nos ajudou o Senhor” ( 1 Sm 7.12). É um tempo, também, de novas lutas, próprias da idade madura, em que também podemos dizer: “já tenho experiência [...] tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13). Da mesma forma, podemos olhar com fé para o futuro e dizer: “prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14)

As feras de Éfeso e os leões da Babilônia nos querem roubas o conforto do evangelho e a fá no Senhor Jesus, para que percamos o prêmio da vida eterna. Daniel lutou com estes inimigos da fá e recebeu a promessa da ressurreição e da vida eterna como sua herança (Dn 12.13). Paulo também encontrou conforto na promessa da “coroa da vida” que lhe estava reservada nos céus: “Combati o bom combate , completei a carreira, guardei a fá” (2 Tm 4). Na terceira idade, precisamos nos apegar à promessa do Evangelho, que diz que não lutamos em vão contra as feras e inimigos da fé, mas lutamos por nossa herança e nosso prêmio, a coroa da vida (1 Co 15.32)

Ainda resta um inimigo a vencer (1 Co 15.26) antes de herdarmos a coroa da vida . E esse inimigo é vencido pela fé: “crê no Senhor Jesus e serás salvo” (At. 16.31). Jesus é o Leão de Judá, o qual venceu a morte e tem em suas mãos a chave do Livro da Vida ( Ap.5.5). Jesus é o Leão de Judá que acorrenta e enjaula o leão da Babilônia (Ez 19.3). Jesus é o Leão de Judá que fechou a boca dos leões da Babilônia e das feras de Éfeso (Dn 6.22; 1 Co 15.32). A fé no Leão de Judá vende o diabo que, como leão traiçoeiro, cerca o rebanho e o amedronta com seu rugido, sempre procurando alguém mais fraco para devorar

Luisivan Vellar Strelow, Colaborador do Mensageiro Luterano e Mestre em Teologia

lstrelow@hotmail.com

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um dia a casa cai


O edifício de 30 andares que caiu em Belém do Pará é uma viva e decorrente parábola de Jesus (Mateus 7.24-27). Os construtores ouviram, mas não praticaram o que aprenderam na teoria. “Quem ouve esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles”, diz o Senhor, “é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia”. Poderíamos também falar das cidades sem esgoto tratado e saneamento básico. Os prefeitos asfaltam, fazem calçadas, monumentos, praças floridas, e os moradores edificam casas bonitas. Mas, por debaixo corre uma sujeira fétida que contamina as águas. Um dia a casa cai, isto é, falta água limpa, os peixes morrem, os animais silvestres desaparecem, a fauna sofre, e as pessoas adoecem. Os rios são as coronárias da terra e estamos entupindo-os com gordura. Por isto padecemos na UTI pagando o preço da falta de juízo.

Em muitos aspectos vivemos a hipocrisia dos fariseus condenada por Jesus. A religião deles era como “túmulos pintados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos e de podridão” (Mateus 23.25). Se na vida espiritual é preciso transformação dentro para fora, alicerce de baixo para cima, algo semelhante e lógico deveria acontecer neste mundo que se vê. Não adianta toda tecnologia se destruímos o coração do planeta. Estamos cavando a própria sepultura, e fatidicamente percebendo que o buraco está quase pronto.

Creio que o nosso mundo físico caindo é uma moderna e trágica parábola que nos faz repensar no fundamental, no miolo da vida. “Gememos enquanto vivemos nesta casa de agora” (2 Coríntios 5.2), escreve o apóstolo. Gememos porque o nosso corpo, o meio ambiente, o Universo, têm um tempo de validade que de maneira estúpida está sendo apressado. A fé cristã – que professa um Deus Criador, Redentor e Restaurador de tudo – faz vislumbrar o futuro com esperança quando o “mortal vai desaparecer” (5.4). Mas, enquanto isto é preciso um mínimo de inteligência para que as sinistras parábolas fiquem apenas nas parábolas.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fundamentalismo religioso


Como reagiríamos caso alguém nos chamasse de fundamentalistas por causa daquilo que cremos, ensinamos e confessamos? Poderíamos nos apressar para negar a validade de tal rótulo, visto que para muito, fundamentalismo religioso soa como intolerância, ignorância, cegueira intelectual, fanatismo, retrocesso, aversão à ciência, entre outros descritivos pouco recomendáveis para a nossa imagem religiosa. Estaria, portanto, justificada, a pressa para retirar de sobre nós qualquer suspeita de alguma ligação com algo que provoca arrepios de pavor, ou de repulsa, em muitos ao ouvirem fundamentalismo ou fundamentalista. Sem pestanejar, reagiríamos: Eu? Fundamentalista? Jamais!

Mas...acalmemo-no pois não há razão para ações apressadas e inadequadas a fim de descrever nosso posicionamento diante daquelas duas perguntas. Se alguém nos rotular daquele jeito, a primeira coisa a fazer será, educadamente, perguntar: por quê? Depois de ouvida a razão, poderá até acontecer que o rótulo, em vez de parecer xingamento, ofensa ou algo que nos deprecie, tenha sido, na verdade, provocado pela reação de alguém que não concorde com o nosso posicionamento teológico ou doutrinário, pelo qual damos graças a Deus por nele crer e confessa-lo. Por exemplo, se ao confessar que creio que Jesus Cristo nasceu da virgem que o concebeu do Espírito Santo, for chamado de fundamentalista, direi “ Sim, se isso pe fundamentalismo, estarei abraçado a ele até morrer”

Historicamente, o fundamentalismo religioso protestante nasceu como reação ao assim chamado modernismo, que havia invadido o mundo protestante. Entre 1909 e 1915, foi publicada, nos Estados Unidos, uma série de textos com o título Os fundamentais – Um testemunho a favor da Verdade. Eram testemunhos de fé em verdades consideradas absolutas e inatacáveis, para não acompanhar aquele protestantismo que se aliava à ciência moderna, nascendo daí a interpretação de textos bíblicos, muitos (por exemplo, o relato da criação do mundo e do homem do livro do Gênesis)

Por fundamentalismo designa-se hoje qualquer espécie de conservadorismo, não só religioso, mas também político. Por isso, a abrangência do termo tem levado a um uso indiscriminado da palavra, e muitas vezes impreciso. Em nome do fundamentalismo, coisas muito distintas são colocadas na mesma sacola, como a confissão de convicções fundamentais relativas à revelação bíblica e a intolerância religiosa, que apela para o uso da força e da violência a fim de fazer prevalecer seus pontos de vista. Por isso, podemos também ser chamados de “fundamentalistas” em dado momento, por causa do que cremos e confessamos diante da revelação bíblica. Não temos qualquer problema se formos taxados de “fundamentalistas”, porque aceitamos a Bíblia como Palavra de Deus, infalível e único fundamento e norma de fé. Porém, jamais o seremos por advogar o uso da força e da violência para empreender algo como, por exemplo, um “guerra santa”

Hermenêutica bíblica

Mas, afinal, somos ou não fundamentalistas? Como saber? Pela forma de se posicionar diante das Escrituras Sagradas. Cremos que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16), no entanto, há maneiras de ler a Palavra revelada de Deus. Por isso, utilizamos algo chamado hermenêutica bíblica, que nos dá os princípiosmde interpretação dos textos bíblicos. Explicando : diante de um texto bíblico, não dizemos apenas “aqui está escrito tal e tal coisa”, dando a questão por encerrada sem maiores considerações. Não, nós fazemos muito mais do que isso

Em que contexto oram ditas aquelas palavras? Como elas se relacionam com o contexto geral de toda a Bíblia? São palavras da Lei ou do Evangelho? Como interpretamos o que lá está escrito Pa luz da doutrina da justificação pela fé? Essas são algumas das relevantes questões que entram em cena na interpretação de um texto bíblico. Caso não adotarmos os princípios hermenêuticos, corremos o risco de pender para ensinos e afirmações que contrariam o que cremos e confessamos. Exemplificando, deixaremos de fazer muita coisa que fazemos no sábado, pois em Êxodo 20.10 se lê que no sábado “não farás nenhum trabalho”. É o emprego da hermenêutica que nos diferencia dos fundamentalistas, segundo nós os entendemos. Graças a ela, não corremos o risco de afirmar que quem não tem é porque merece não ter, pois Deus não quer, ou então “porque lhe falta fé”. Isso é uma conclusão equivocada, provavelmente, provocada por uma leitura fundamentalista da Escritura Sagrada.

Nós, fundamentalistas?

Com tranqüilidade podemos dizer: Não! Por isso, jamais seremos uma ameaça à sociedade; pelo contrário, temos diante de nós a oportunidade de sermos luz e sal em meio a uma sociedade que busca a verdade e , por não encontra-la, acha tudo “sem sal” e segue procurando numa corrupção cada vez mais destruidora. Afinal, a hermenêutica mostrará claramente como ser luz e sal. E, importante lembrar isto, luz e sal para trazer sempre benefícios para os outros, sejam eles quem forem, não importando também em que situação ou lugar estejam


Paulo Moisés Nerbas, professor do Seminário Concórdia e da ULBRA

Artigo originalmente publicado na Revista Mensageiro Luterano, em Novembro de 2010

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ele tomou sobre si as nossas enfermidades


Leia : Isaías 53.1-4

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si”. (v. 4)


Este é um texto claro, vigoroso. Nossas dores e enfermidades são o sofrimento desse rei. Ele carrega o fardo que nós deveríamos ter carregado para sempre. As dores que nós tínhamos merecido, a saber, que deveríamos sofrer, passar fome e sede, bem como morrer eternamente, tudo isso é colocado sobre ele. Seu sofrimento vale para mim, para você, para todos. Pois ele sofreu por nós. Mas “nós o considerávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido”.


E isso é verdade. Pois Moisés mesmo diz: “Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro”. Por isso, quando ele estava pendurado na cruz, eles o chamaram de condenado e maldito. Não pode ajudar a si mesmo; como poderia ajudar a outros? Mas eles se enganaram a seu respeito, pois ele leva sobre si as nossas dores. Segundo a aparência exterior, tudo indica que ele é maldito. Agora, segundo o espírito, ele leva sobre si as minhas dores, as suas dores e as de todos os homens. “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Ele é castigado – nós temos paz. Eu, você e todos os homens provocamos a ira de Deus; é isso que ele tem de expiar, para que nós, libertos dos pecados, pudéssemos ter paz. Ele tem de sofrer – nós somos libertados.

Amor e misericórdia tão grandes assim não deveriam ser tão vergonhosamente esquecidos.


Martinho Lutero (1453-1546)

Doutor em Teologia

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sopa indigesta



Assisti o documentário do Fantástico deste domingo sobre a sopa de plástico que toma conta dos oceanos. É de cortar o coração. Milhões e milhões de toneladas deste lixo tóxico, jogado de forma inconsequente na natureza, e que tem seu dstino no mar. Um lixo que leva centenas de anos para se decompor, que vai se desmanchando em pedacihos e vira uma sopa. E os animais marinhos, que confundem como alimento, depois ingerem e morrem. Quem viu a reportagem deve ter se horrorizado comigo. Porque é muita, muita sujeira letal descartada no coração da natureza marinha, vida que depende todo o sistema biológico do planeta

Estou de férias na beira da praia, e além do ensurdecedor barulho eletrônico provocado por exibicionistas em seus carros com som, que faz tremer os tímpanos e a paciência, fico abismado com a quantidade de plástico no caminho até o mar: fraldas, canudinhos, sacolas, embalagens de picolé, garrafas, copos... É um absurdo o desrespeito de gente relaxada. Não consigo ficar indiferente a este jeito irresponsável. Deveria existir multa pesada para isto. Afinal, todas estas tragédias naturais que estamos vivendo nos últimos dias, em parte são a resposta deste comportamento criminoso.

O problema é que não sabemos viver em sociedade. Procedemos como se estivéssemos sozinhos no mundo. Qualquer ação pessoal, boa ou ruim, tem efeito no coletivo, seja na vida das pessoas ou no restante da natureza. E já que não somos apenas matéria, isto também vale na vida espiritual. O que está bem explicado num texto bíblico. Ao tratar da interação funcional dos diversos dons na igreja, o apóstolo Paulo busca como exemplo o corpo humano: “Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela. Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é parte desse corpo” (1 Coríntios 12.26,27). Depois desta analogia, o escritor bíblico mostra como é possível tal convivência dos cristãos, que são pecadores apesar de carregarem uma nova e boa vontade: “Portanto, esforcem-se para ter amor” (1 Coríntios 14.1). Antes disto, no capítulo treze, o autor já tinha orientado o jeito prático desta novidade de vida, sobretudo ao dizer que “quem ama não é grosseiro nem egoísta”.

Lamentavelmente, esta sopa indigesta de plástico que aniquila a vida nos mares, junto com tantas outras misturas irresponsáveis da ação humana, só vai acabar quando o ser humano não tiver mais nada para jogar no lixo. Pois assim será obrigado a olhar para cima e perceber a besteira que fez. Enquanto isto permanece a promessa bíblica: “Um dia o próprio Universo ficará livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte da gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Romanos 8.21).

Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Convite!


A Congregação Luterana de Volta Redonda, convida todos a participarem do primeiro culto a ser celebrado pelo Pr. Sídnei Ahnert, no próximo domingo, dia 06 de fevereiro de 2011, às 10h, no bairro Conforto, rua 217.

Compareça! Você será muito bem-vindo!


Maurício Coelho
Presidente da Congregação

Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto


Leia : Salmo 32


Ninguém é sem pecado. Deus o vê em todos com muita clareza. Bem-aventurados, porém, são aqueles a quem Deus encobre o pecado, não querendo ver, recordar ou conhecê-los, mas tão-somente perdoar por graça. São esses que não encobrem, eles mesmos, os pecados ou a si próprios absolvem, perdoam, esquecem, mas que reconhecem seus pecados, sabem deles, deles se lembram e os condenam. Cristão é aquele a quem Deus perdoa o pecado. Os que crêem nessa promessa, recebem o Espírito Santo e o perdão dos pecados. Essa promessa é nosso céu sob o qual vivemos confiados nos méritos de Cristo. Disso, porém, não decorre que estejas sem pecado, ainda que sejam perdoados. Pois ainda não tens o desejo ardente de obedecer a Deus, de receber o sacramento e de ouvir a palavra de Deus. Crês, por acaso, que isso não é pecado, mas apenas uma brincadeira infantil? O que Deus te oferece em sua palavra, no sacramento e no batismo, para ti tem gosto de lenha podre. Pois assim diz Santo Agostinho: “O mal ou a enfermidade, ou seja, o pecado inato, fica em nós, atua em nossa carne, e ainda não está de todo eliminado e morto. No entanto, está perdoado e não será motivo de condenação dos crentes por amor do Senhor Jesus que esmagou a cabeça da serpente, mesmo que sibile com a língua por alguns momentos, ameace com a cauda e, inclusive, nos fira mortalmente o calcanhar”.


Martinho Lutero(1483-1546)
Doutor em Teologia

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O evangelho se resume em carregar


Leia: Lucas 15.3-7

“Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo”. (v. 5)

Em todo o evangelho dificilmente existe exemplo mais lindo que este em que o Senhor Jesus Cristo se compara a um pastor que põe a ovelha perdida sobre os ombros e a carrega de volta ao curral. Ainda hoje ele continua fazendo isso.

Esta é, portanto, o resumo do evangelho: O reino de Cristo é um reino de misericórdia e graça, onde não senão um constante carregar. Cristo carrega nossas fraquezas e doenças, toma sobre si nossos pecados e é paciente quando falhamos. Estamos constantemente sobre os seus ombros. E ele também não se cansa de carregar o que nos deve servir de grande consolo quando somos tentados a pecar. Neste reino, os pregadores devem consolar as consciências, tratar com elas de forma amigável e nutri-las com o evangelho. Devem carregar os fracos, curar os doentes e devem saber dividir corretamente a palavra e administrá-la a cada um conforme suas necessidades.


Martinho Lutero (1453-1546)

Doutor em Teologia

Fonte: Comissão Interluterana de Literatura

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Falsas Interpretações do Apocalipse - Parte 3


Milênio

Segundo alguns, o milênio é um período de paz que vai anteceder a vinda de Cristo, em que o lobo vai morar com o cordeiro e todo o Israel será salvo

O milênio é um ensino materialista, que pressupõe que os israelitas mortos vão ressuscitar e ter uma segunda chance, o que contraria as Escrituras (Hb 9.27). Pressupõe também que Cristo virá um dia governar pessoalmente este mundo, o que contraria o que o próprio Cristo disse: “ O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18.36)

O milênio material não tem lugar nas Escrituras. Milênio é o tempo da graça, da Igreja de Deus aqui na terra. Com a vinda de Cristo, o mundo acaba, dando lugar ao novo céu e a nova terra ( Is 11.4-9; 2 Ts 1.7-9; Pe 3. 10-13)

O acorrentamento de Satanás é uma maneira simbólica de se falar que o poder de Satanás foi limitado. Começou com o ministério público de Cristo (Lc 11.20-22), culiminando com a sua morte na cruz (Cl 2.14,15; Ap 12. 7-9; Jo 12.31-33; Hb 2.14,15 1Pe 3.18,19).

A primeira ressurreição é a ressurreição espiritual, que ocorre na conversão (Cl 2.12, 13; 3.1-4; Ef 2.1,5,6; Jo 5.24,25) A segunda ressurreição é a ressurreição do corpo para a vida eterna, que ocorre n volta Cristo (Jo 5.28,29). A segunda morte é a condenação eterna (Ap. 20.10,14). Assim: Quem não fizer parte da primeira ressurreição (conversão), também não fará parte da segunda (vida eterna)


Estudo extraído da Revista Mensageiro Luterano, Agosto de 2010

Autoria: Lindolfo Pieper, pastor emérito da Igreja Luterana

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Falsas Interpretações do Apocalipse – Parte 2


Armagedom

Armagedom é para muitos um acontecimento que terá lugar no monte Megido, em que os cristãos de todo mundo, liderados por Cristo, vão lutar contra os inimigos do Evangelho, comandados pela besta e o falso profeta, que ficam cuspindo sapos de sua boca a fim de amedrontar os homens

Nesta batalha, os inimigos serão morto pelo exército de Cristo, cujo sangue escorre até o freio dos cavalos, numa extensão de 300 quilômetros. Estes corpos ficarão estirados no chão, servindo de comida para as aves do céu

Esta ideia, porém, tem alguns inconvenientes: 1) Deus vai ter que fabricar este monte, pois tal lugar não existe; 2) O povo de Deus vai ter que se deslocar para a Palestina e pegar em armas para defender o Evangelho, o que contraria as Sagradas Escrituras( Efésios 6.11-13, 17; Mateus 26.52)

Armagedom é uma guerra espiritual, em que os inimigos de Cristo, comandados pela besta e o falso profeta, vão se unir para destruir a Igreja. Porém, antes que isso aconteça, Deus intervém, colocando fim no atual sistema de coisas. É a mesma batalha que encontramos no capítulo 9 (sexta trombeta), no capítulo 19 (Cristus Victor) e no capítulo 20 (Gogue e Magogue)

Esta é uma maneira simbólica para se falar do Juízo Final, que, para os inimigos de Cristo, será um dia de vingança (Apocalipse 6.12-17). É a vindima de Ap 14.17-21, onde fala do largar da cólera de Deus, em que o sangue dos inimigos de Cristo corre até o freio dos cavalos, numa extensão de 300 quilômetros

Os reis da terra, liderados pela besta, são os governos do mundo (dez chifres, dez dedos), que perseguem a Igreja ou adotam filosofias anticristãs, como o marxismo, o comunismo, o islamismo, o budismo, o xintoísmo e o espiritismo

Os sapos expelidos pela boca do dragão, da besta e do falso profeta (Apocalipse 16. 13,14) representam os falsos profetas que vão sair pelo mundo afora para enganar o povo com seus falsos ensinamentos, operando grandes sinais e prodígios. A sua atuação será intensa que obrigará Deus a apressar a vinda de Cristo, para que os próprios eleitos não se percam (Mateus 24. 22-24)

Nesta batalha, não haverá derramamento de sangue. A espada que sai da boca de Cristo é a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, também chamada de o sopro da sua boca (2 Tessalonicenses 2.8), As aves, comendo a carne das vítimas, representam os demônios, simbolicamente, devorando os condenados no inferno (Ap 19. 17,18). No livro do profeta Isaías, numa linguagem figurada, esses corpos ficam estirados no chão, queimando no fogo, numa alusão clara ao fogo do inferno ( Isaías 66.24; Marcos 9.42-48)

O anticristo é a personificação dos falsos profetas e falsos cristos, que enganam o mundo com falsos ensinamentos, obrigando Cristo a abreviar a sua volta. Nota-se que Cristo e os apóstolos, o fazem no plural, como os reis da terra e falsos cristos, o que sugere uma união de forças, sendo as duas bestas apenas os seus representantes