quarta-feira, 17 de setembro de 2008

BURACO NEGRO NOS MIOLOS

O gigantesco acelerador de partículas quer desembrulhar o segredo “número um” do Universo e transformar uma especulação num fato científico. Conforme teoria, tudo o que existe é resultado da combinação de 12 partículas fundamentais e que não podem ser divididas. Mas os físicos ainda não têm a resposta para uma questão primordial: porque a matéria tem massa? Ou seja, porque uma árvore tem madeira maciça, que dá para ver, cheirar e pegar? A resposta estaria na 13ª partícula, apelidada de partícula de Deus. Ela finalmente comprovaria o Big Bang e o surgimento do Universo. Tudo depende agora dos resultados desta parafernália de oito bilhões de dólares acionada semana passada na Europa.
Luis Fernando Verissimo, no artigo A doença da curiosidade, diz que esta máquina é “espiar por baixo do camisolão de Deus”. E afirma: “Quanto mais se sabe sobre o funcionamento do Universo mais aumentam a perplexidade e a angústia por não se saber mais, por jamais se poder compreender tudo – pelo menos não com este cérebro que mal compreende a si mesmo”. Interessante as palavras deste homem que confessa ter deixado a fé no bolso da fatiota na Primeira Comunhão. Ele reafirma uma promessa bíblica: Pois Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles (1 Coríntios 1.21). Por isto, acredito que o resultado das experiências deste acelerador de partículas vai mesmo acelerar o crescimento deste imenso ponto de interrogação.
“No começo Deus criou os céus e a terra”. Estas palavras iniciais da Bíblia remetem para aquilo que está no restante das Escrituras: É pela fé que entendemos que o Universo foi criado pela palavra de Deus e que aquilo que pode ser visto foi feito daquilo que não se vê (Hebreus 11.3); Por meio da sua palavra, o Senhor fez os céus; pela sua ordem, ele criou o sol, a lua e as estrelas. Pois ele falou, e o mundo foi criado; ele deu ordem, e tudo apareceu (Salmo 33.6,9); Senhor nosso e nosso Deus! Tu és digno de receber glória, honra e poder, pois criaste todas as coisas; por tua vontade elas foram criadas e existem (Apocalipse 4.11). O próprio Senhor Jesus confirma: Mas no começo, quando foram criadas todas as coisas, foi dito: Deus os fez homem e mulher (Marcos 9.6). Portanto, os textos sagrados não permitem dúvidas: Deus criou o Universo já adulto, assim como fez o ser humano inteiramente crescido no sexto dia. Adão e Eva não vieram ao mundo da barriga da mãe ou do macaco, nem as primeiras árvores da semente. Logicamente é uma questão de fé.
A Ciência aposta no evolucionismo – tudo surgiu a partir de uma grande explosão há 13 bilhões de anos – o Big Bang – provocando a biodiversidade da vida no imensurável Universo e no planeta Terra. No entanto, se criacionismo e evolucionismo se chocam frontalmente entre fé e razão, os dois caminham lado a lado no terreno da esperança. Na verdade, quanto mais desvenda a complexidade da vida, a Ciência Humana mais se enreda em perguntas sem respostas. Acredito que no lugar desta máquina produzir buracos negros e engolir a Terra inteira, produze outros que irão engolfar os neurônios e o sono dos cientistas.

Marcos Schmidt
Pastor luterano
marsch@terra.com.br

terça-feira, 9 de setembro de 2008

70 x 7 ou 77x ???

Todos nós conhecemos o texto bíblico onde Pedro questiona Jesus a respeito da quantidade de vezes que deveríamos perdoar uma pessoa que peca contra nós (Mateus 18.21ss). Pedro conhecia a tradição judaica que dizia que o perdão deveria ser oferecido apenas 3 vezes. Mas Pedro também conhecia o grande amor de Jesus, por isso, em seu questionamento Pedro vai muito além das 3 vezes.
“- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?
- Não! – respondeu Jesus – Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes.”
Desde pequenos ouvimos uma resposta um pouco diferente da parte de Jesus. Sempre ouvimos que Jesus mandou perdoar setenta vezes sete, o que dá 490 vezes, muito mais que as setenta vezes que lemos na NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).
Como resolver esse problema? O que fazer com esse texto? Como explicar para as pessoas essa diferença? Será que, com o passar dos anos, a paciência de Jesus diminuiu?
Não meus queridos amigos. Não há nenhum problema a ser resolvido e Jesus não perdeu a paciência conosco. O caso é que a expressão em grego usada nesse texto pode ser traduzida das duas formas (setenta vezes sete ou setenta e sete vezes).
O que Jesus quer nos ensinar é algo muito mais importante do que números. Jesus não quer que fiquemos preocupados com o limite de perdão que vamos oferecer àquelas pessoas que pecam contra nós. Isso não é o mais importante.
Jesus quer nos ensinar que devemos estar sempre prontos para perdoar, sem ficar contando quantas vezes já perdoamos, sem ficar relembrando e remoendo mágoas passadas. Jesus quer que nossos corações estejam sempre abertos, para que o amor que temos recebido de Deus possa transbordar e atingir a todos que estão ao nosso redor.
A dívida que tínhamos com Deus era imensamente maior do que qualquer ofensa que podemos receber de alguém. É este perdão recebido de Deus que nos motiva e capacita a também perdoarmos, ilimitadamente, aqueles que pecam contra nós.
O mundo prega a vingança, o “pagar na mesma moeda”, e ainda ridiculariza aqueles que agem com amor. Porém nós, que já provamos do grande amor de Deus, podemos agir de forma diferente. Pois quando não perdoamos de coração, somos nós mesmos os maiores prejudicados. Quando guardamos mágoas e rancor ou alimentamos sentimentos de vingança, é o nosso coração que vai ficando amargo, vamos nos tornando pessoas rancorosas. Lembremos de como oramos no Pai-Nosso: “e perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Notem que colocamos uma condição para esse perdão.
Perdoar é o melhor remédio.
Que nosso bom Deus continue derramando rica medida do seu amor, e que faça de nós seus instrumentos para que esse amor seja espalhado pelo mundo. Amém
Pastor Marcio Loose

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

HINO COMPLICADO


“Já podeis, da Pátria filhos, ver contente a mãe gentil...”. A maioria não sabe cantar o resto, o que não significa falta de patriotismo. Pode ser uma questão cultural. Ou porque é complicado mesmo, assim como o próprio Hino Nacional e os demais – todos com um vocabulário tipo “os grilhões que nos forjava da perfídia astuto ardil”. Penso, no entanto, que estes hinos são a cara da política brasileira, muito interessante na partitura, no papel, mas longe do entendimento popular. A gente até sabe assobiar a melodia, mas na hora de cantar, se enrola nas palavras, se confunde na memória, se perde no sentido. Por exemplo: Quem foi o meu candidato na última eleição? Qual o trabalho do Vereador? O que faz uma Câmara Municipal? Quais os compromissos do Prefeito? Para onde vai todo o dinheiro arrecadado nos impostos?
Ninguém duvida que a democracia é saudável, é bonita, igual aos hinos nacionais. Mas por nojo à corrupção, o perigo é suspirar pela canção chata da ditadura. Ao contrário, a forma popular de governo é a orquestra com uma sinfonia da liberdade, com a batuta dos direitos e deveres sem distinção, do maestro que é o próprio povo. Mas aí que começa o fenômeno do hino difícil. Porque fugimos dos ensaios, cochilamos na platéia. Incorporamos o espírito patriótico só nas Olimpíadas, na Copa do Mundo. Lembramos dos nossos representantes políticos só na euforia das campanhas. Ou na apatia. Depois os esquecemos. E pior, eles se esquecem de nós. E como diz aquela propaganda, são quatro anos sapateando. E eles nos enrolando.
Um problema que acontece também na igreja. O cristão, eleito para os propósitos de Deus (1 Pedro 1.2), cidadão dos céus (Filipenses 3.20), que recebeu de Cristo a independência da morte (1 Coríntios 15.57), pode facilmente se enredar na desafinada canção “deixa a vida me levar, vida leva eu”. Pode tapar os ouvidos ao aviso: Não vivam com vivem as pessoas do mundo, mas deixem que Deus os transforme (Romanos 12.2). Uma acomodação melódica, tradicional, distante do verdadeiro culto, do oferecer-se completamente a Deus num sacrifício vivo (Romanos 12.1). Por isto o recado: Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas ponham em prática o que ela manda. Porque aquele que ouve a mensagem e não a pratica é como um homem que olha no espelho e vê como ele é. Dá uma olhada, depois vai embora e logo se esquece de sua aparência (Tiago 1.22-24).
“Os grilhões que nos forjava da perfídia astuto ardil, houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil”. Alguém entendeu? Melhor buscar o dicionário para descobrir que é isto que fazem muitos políticos, e é disto que precisamos nos libertar: “A desleal sabedoria do jeitinho que nos moldava nas prisões, tem agora uma mão mais forte”. Esta mão é o entendimento, seja na política ou na religião. Ou como diz o texto sagrado: “Então não seremos mais como crianças, arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas” (Efésios 4.14).


Marcos Schmidt

Pastor luterano

marsch@terra.com.br

terça-feira, 2 de setembro de 2008

MUDANÇA DE HORÁRIO

Queridos amigos e irmãos. Informamos a todos que, excepcionalmente neste final de semana o culto será realizado no sábado a noite, às 19:00h, e não no domingo pela manhã.
Essa mudança ocorrerá em virtude das comemorações ao Dia da Independência. Sabemos que muitas pessoas gostam de acompanhar essas comemorações, assim como aqueles que participam das mesmas.
Que Deus abençoe ricamente nossa pátria amada, Brasil!